Acredito que muitos de vocês acompanharam as tragédias no Litoral Norte do Estado de SP (rotineiramente na cidade de SP e pontualmente em tantos outros estados do Brasil). A população mundial está acabando com os recursos naturais do nosso planeta num ritmo assustador e infelizmente em nosso país essa situação não é diferente. Algumas ações colaboram para esse processo como: resíduos recicláveis e orgânicos descartados incorretamente pela população, queimadas, garimpo ilegal, desmatamento, produção de alimentos e insumos, não observando normas para uma menor degradação ambiental pelos grandes agricultores e empresas do ramo.
Notaram que infelizmente essas “catástrofes” acontecem cada vez mais e num intervalo menor de tempo? Acompanhem essa fala a seguir: "Os juros acumulados de décadas consumindo mais recursos naturais que o planeta consegue regenerar criaram um passivo socioambiental: temos uma dívida com as pessoas que foram vulnerabilizadas nesse processo histórico-econômico, em especial os povos originários e as populações negras, e com a natureza que foi destruída" (Gabriela Yamaguchi, diretora de Sociedade Engajada do WWF-Brasil).
Felizmente temos uma “luz no fim do túnel” através de ongs, projetos e/ou ações de impacto, a OBA (ONG Banco de Alimentos) em São Paulo, por exemplo, só no ano passado coletou mais de 1 milhão de quilos de alimentos que teriam como destino o lixo (quase sempre descartados de forma incorreta), além do Projeto Inteligência Social que busca impactar e conscientizar as gerações futuras, o Instituto Mandaver em Maceió, coletou 43 toneladas de cascas de sururu* através do projeto Ecosururu, temos também a WWF-Brasil que atua na área de justiça socioambiental defendendo um modelo de desenvolvimento que reduza as desigualdades sociais, regionais, econômicas e valorize nossa diversidade cultural.
Uma matéria recente sobre o “boom do ESG* no mundo” na revista Exame valida ainda mais a mensagem de que as mudanças já estão acontecendo, mesmo que ainda de uma forma lenta e gradual. Além dos evidentes benefícios para o planeta, o novo modelo econômico abre um leque de oportunidades para profissionais de diferentes áreas e deve empregar milhares de brasileiros na próxima década, informa parte do texto.
Portanto, quais reflexões podemos e devemos fazer sobre tudo que está acontecendo? Será que um dia conseguiremos prever e antecipar esses desastres para diminuir estragos, salvar vidas e impedir tanta destruição? Estamos buscando alguma mudança ou apenas contabilizando prejuízos a cada ocorrência?
Glossário:
*Sururu - é uma espécie de mexilhão
*ESG - governança ambiental, social e corporativa, do inglês Environmental, social, and corporate governance
Dica de conteúdo:
Documentário – A cultura do desperdício (disponível no Youtube)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=EDBEDtGH-8k
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