A Lei nº 15.100/2025 determinou que o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis em escolas públicas e privadas do Brasil está proibido. E como lidar com essa decisão da melhor forma?
O mestre em Inteligência Artificial e Ética, educador e consultor da Escola Lourenço Castanho, Alexandre Le Voci Sayad, ressalta que é papel da escola promover a educação midiática, preparando os alunos para usar a tecnologia com ética e responsabilidade na análise de informações, mesmo com a proibição do uso. “No mundo digital, a educação midiática é fundamental. Ela capacita o aluno a usar o celular com ética e a interpretar os signos da mídia”, afirma. Nesse contexto, a participação da família é essencial. “A educação midiática começa em casa, no que chamamos de educação parental. Cabe à família decidir sobre a compra ou não de um aparelho. Afinal, o celular não faz parte da lista de material obrigatório do aluno”, enfatiza.
A coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio Bilíngue, em Santos (SP), Lúcia de Melo, alerta para os riscos do uso inadequado, como a utilização exclusiva para jogos, que limita o aprendizado ao expor os usuários a conteúdos sem valor educativo, prejudicando a memória. “Precisamos manter nossa memória ativa, estimular a organização e a criatividade. O uso do celular sem propósito educativo pode encurtar ainda mais a memória”, ressalta. Lúcia também destaca a importância de envolver as famílias nesse processo.
Para Vitor Azambuja, um dos criadores e sócio criativo do programa De Criança Para Criança, que oferece metodologias de educação híbrida para escolas ao redor do mundo, a lei abre uma discussão mais ampla sobre acesso à tecnologia. “Vivemos em um mundo digital e os meios pelos quais acessamos a tecnologia são importantes, inclusive para o programa De Criança Para Criança, que pode ser acessado por meio do celular. Por isso, é fundamental avaliar o que se consome”, conclui.
Sobre Alexandre Le Voci Sayad
Alexandre Le Voci Sayad é consultor nas áreas de cultura, arte e criatividade da Escola Lourenço Castanho, de São Paulo. Mestre em Inteligência Artificial e Ética pela PUC-SP e especialista em negócios digitais pela Universidade Califórnia - Berkeley. Atualmente é doutorando em políticas de lifelong learning e IA na Universidade Autônoma de Barcelona (UAB - Espanha).
Sobre Lúcia de Melo
Coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental II no Colégio Progresso Bilíngue Santos. Formada em Letras e Pedagogia, com pós-graduação em Educação e Língua Portuguesa, e 30 anos de experiência na área da educação.
Sobre Vitor Azambuja
Especialista em criação, diretor de arte e artista plástico. Formado em publicidade e piano clássico, trabalhou em diversas agências de propaganda, criando filmes e anúncios para grandes anunciantes. Um dos criadores do programa De Criança Para Criança, é sócio e diretor criativo da empresa. Foi premiado em festivais de propaganda no Brasil e no exterior. Realizou exposições de pinturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami e Paris. Seu propósito é fazer com que as crianças do mundo inteiro aprendam desenvolvendo a sua criatividade.