Um parente da adolescente de 17 anos que está desaparecida há mais de um ano, que não quis se identificar, contou que ela foi criada pela avó desde os três meses, mas que passou a morar com o pai, que é considerado uma 'má pessoa na família', nos últimos três anos. A Polícia Civil encontrou na sexta-feira (11) uma ossada enterrada no quintal de uma casa no bairro Balneário Britânia, em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo, e suspeita que seja de Agata Gonzaga Peixoto Ferreira.
Segundo o delegado da DP Sede de Ilha Comprida, Carlos Eiras, tudo indica que o pai matou a filha. "Nós tínhamos essa suspeita, ele está foragido lá para a região de Itanhaém, e o corpo encontrado na casa onde eles moravam, já foi retirado de lá e seguiu para o IML".
De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), o trabalho dos investigadores apontou que a vítima poderia ter sido enterrada no quintal da casa. Portanto, a polícia mobilizou uma retroescavadeira ao terreno e desenterrou a ossada, que pode ser de Agata - o material coletado ainda será analisado.
Ao g1, o familiar afirmou que a adolescente morava com o pai e a madrasta, mas que sumiu de repente. "Nunca tive convívio com o pai [dela], sempre foi uma má pessoa na família".
Segundo ele, após ouvirem o pai de Ágata que a adolescente tinha fugido com um 'suposto' namorado para Sorocaba, no interior paulista, eles resolveram procurar uma delegacia para que o caso fosse investigado. "Ele [pai] fugiu daqui de onde morava. Ele sempre foi de Itanhaém, mas veio para cá, morou aqui três anos, e aí o delegado achou a ossada na casa que eles moravam".
Ainda de acordo com o parente, a adolescente não tinha contato com a mãe e foi abandonada com três meses. "A avó cuidava dela, sempre cuidou, mas aí esse monstro, depois da menina crescer, veio fazer inferno na vida da gente".
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, o pedreiro e vizinho da família, João Antônio Santana de Souza, contou que estranhava o comportamento do pai com a adolescente. "Ele tinha um ciúme muito forte dela. A menina não podia fazer nada, não podia ter um celular, não podia nada".
"Às vezes eu via ele brigando com ela. Minha filha chegava perguntando por ela e ele falava que estava em casa, com enxaqueca e que não ia sair. Sempre era assim", disse Souza.
Os restos mortais encontrados, na manhã de sexta-feira, estavam envolvidos por uma rede e um lençol. De imediato, o Instituto de Criminalística (IC) foi solicitado para periciar a cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado.
Em 26 de outubro, um tio de Agata esteve na delegacia para informar que a sobrinha estava desaparecida há mais de um ano. De acordo com a ocorrência, ele informou que a adolescente morava com o pai e que o mesmo teria afirmado que foi com ela para Itanhaém, mas que a adolescente teria decidido morar com a mãe.
Ainda de acordo com o BO, familiares entraram em contato com a mãe da adolescente, mas esta informou que a jovem não havia ido morar com ela, que sequer tinha visto a menina.
Diante da situação, o pai da adolescente teria mudado o discurso aos familiares e dito que Agata teria ido para Sorocaba, no interior de São Paulo, com um rapaz. Ele reforçou que, desde a saída de casa, ela não havia dado notícias ou usado as redes sociais.
O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa, mas atualizado para homicídio na Delegacia de Ilha Comprida. A Polícia Civil segue com as investigações.
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