A família de uma idosa de 64 anos internada com H1N1 no Hospital Regional de Pariquera-Açu, no interior de São Paulo, foi vítima de uma tentativa de golpe por um falso médico que solicitou R$ 2,2 mil para a realização de exames em uma clínica particular. Segundo o golpista, a paciente teria tido uma piora no estado de saúde e precisaria passar pelos procedimentos com urgência.
Ao g1, a filha da idosa, Priscila Vaz, contou que a mãe está internada desde 12 de outubro e que a ligação foi feita para a irmã dela. "Minha irmã que atendeu é da área da saúde e sabe que, por protocolos médicos, jamais entram em contato com a família para tratar de exames, muito menos cobrar por serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)".
Em áudios obtidos pela reportagem, o homem, que se apresentou como 'Dr. Pedro Soares', pede para que a filha da vítima se acalme. "Eu não tenho boas notícias, viu? Infelizmente a gente fez uma bateria de exames com a dona Olga. Bastante preocupante e a gente identificou uma infecção generalizada".
Na sequência, o falso médico segue explicando sobre o diagnóstico da paciente. Ele dispara que a situação é grave e que 'infelizmente essa infecção está matando a paciente'. Ele diz que entrou em contato com o SUS para liberação de três exames e que pelo hospital não seria possível realizá-lo.
Então, o falso médico sugeriu à família que realizasse o exame em uma clínica particular. Ele pediu a autorização da família e uma transferência de R$ 2, 2 mil por PIX. No entanto, os familiares da idosa não caíram no golpe.
A família da idosa, que mora em Itariri (SP), não registrou boletim de ocorrência, mas compartilhou o caso para alertar outras pessoas a não caírem em golpes como esse. "Temos que estar sempre atentos, nunca sabemos de onde vem o golpe. [Quero] alertar as pessoas que o SUS não cobra atendimento, e sempre entrar em contato com alguém próximo para buscar orientação".
Em nota, o Hospital Regional Dr. Leopoldo Bevilacqua, administrado pelo Consaúde, informou que a idosa segue estável, porém o quadro ainda é grave. Ela está internada sob cuidados médicos na unidade.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde alertou que não existe qualquer cobrança de procedimento ofertado pelo SUS e que, caso alguém seja procurado com algum pedido deste tipo, a recomendação é que não pague quantia nenhuma e que denuncie a prática às autoridades policiais.