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Documentário retrata vivências e tradições culturais de comunidades indígenas do Vale do Ribeira

Obra que registra modos de vida tradicionais das Aldeias Capoeirão e Rio do Azeite, em Itariri, foi produzida pelo Coletivo Cultural Muriqui do Vale e financiada pelo ProAc/SP.

04/05/2024 às 10h08 Atualizada em 06/05/2024 às 10h15
Por: Redação Fonte: Sesc Registro
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Documentário retrata vivências e tradições culturais de comunidades indígenas do Vale do Ribeira

O cotidiano de duas comunidades indígenas do Vale do Ribeira, as formas de organização coletiva, as lutas em defesa dos territórios, os conflitos e desafios que enfrentam, as relações com os não-indígenas, os modos tradicionais de cultivar a terra, de conviver com a floresta e seus rios, bichos e demais seres vivos, de trabalhar com o artesanato e com o turismo comunitário, a visão de mundo que compartilham, a educação das crianças, os rituais, as danças, os cânticos, a espiritualidade.

 

É o que retrata o documentário “Vivências, Território e a Cultura Indígena: Guarani Mbya e Guarani Ñandeva” lançado neste início de maio pelo Coletivo Cultural Muriqui do Vale, iniciativa que reúne um grupo de produtores culturais do Vale do Ribeira (SP). Com direção e roteiro de Ruan Carlos e Livia Badur, o filme foi financiado pelo ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo, por meio do edital nº 41/2022.

 

A obra faz um registro das práticas e dos conhecimentos tradicionais das aldeias Yynhamduy e Tekoa Arandu, ambas localizadas no município de Itariri (SP) e mais conhecidas, respectivamente, por Capoeirão e Rio do Azeite, territórios dos povos Guarani Mbya e Guarani Ñandeva. Partindo dos relatos dos caciques, lideranças espirituais, professores, jovens e mulheres das aldeias, o documentário contextualiza os modos de vida, as histórias, as tradições, a arte e a cultura das comunidades, entremeando as falas dos indígenas – algumas na língua Guarani - com imagens e sons da Mata Atlântica ao redor, dos espaços e dos fazeres coletivos, das danças, das músicas e outras cenas do cotidiano nas aldeias.

 

Nos depoimentos, os indígenas contam como formaram as aldeias, a participação de cada pessoa nas tarefas cotidianas, nos movimentos e nas articulações em defesa dos territórios, relatam sobre o papel das mulheres nos trabalhos comunitários, os cuidados com a saúde e a educação das crianças, as dificuldades para desenvolverem a educação indígena tradicional dentro do ensino formal, além de falarem sobre a importância e o significado das danças e dos cantos tradicionais em suas vidas. Eles também abordam sobre a abertura das aldeias para o turismo comunitário, uma alternativa de renda para as famílias e uma oportunidade de compartilharem com os visitantes as belezas da natureza que ajudam a preservar e também alguns rituais e atividades culturais.

 

Como muito bem expressa no documentário o jovem Karaí Mirim, o Samuel da aldeia Rio do Azeite: “Nosso desejo é mostrar nossa cultura, nosso viver tradicional, as danças e os cânticos”. Para ele, além de cachoeiras, rios, rastros de bichos na floresta, o turista pode conhecer muita coisa numa terra indígena. “Tem muito pra saber sobre o povo indígena, tem outras línguas, outras falas, outras culturas, outras danças, é muita coisa!”.

 

De acordo com o proponente do projeto, Ruan Carlos, a produção do filme foi uma das melhores experiências vividas pelo Coletivo Muriqui. “Estar inserido no dia a dia das duas aldeias, poder firmar as relações com as pessoas das comunidades, poder ouvir os mais velhos e os conselhos pontuais para um viver mais integrado à natureza e ao espiritual são vivências que nos marcaram”, ressaltou. O coordenador relata ainda que a equipe viveu a experiência de caminhar pela mata fechada protegidos por toda a aldeia, além de participarem de uma retomada das atividades e tradições, como a pintura corporal, o artesanato, os cânticos e a dança dos guerreiros “Xondaro” na aldeia Rio do Azeite. “Esta é, para nós, a experiência mais fantástica que o documentário conseguiu realizar”.

 

O documentário está disponível online e pode ser assistido pelo link:

https://bit.ly/vivenciaterritorioeaculturaindigena

Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o canal do Coletivo Cultural Muriqui do Vale no YouTube: https://bit.ly/canaldomuriqui

 

Imersão 360° no Território Indígena

 

Além do filme “Vivências, Território e a Cultura Indígena: Guarani Mbya e Guarani Ñandeva”, o Coletivo Cultural Muriqui do Vale realizou mais uma obra com os recursos do edital do ProAC. Trata-se do projeto “Imersão 360° Vivência no Território Indígena”, uma forma de levar as pessoas para dentro de uma comunidade indígena - no caso do projeto, para a Aldeia Capoeirão, em Itariri - através da tecnologia da realidade aumentada.

 

O projeto produziu um vídeo em Realidade Aumentada, para visualização com óculos específicos para uso com esta tecnologia. Foram disponibilizados dois óculos de realidade virtual para a comunidade indígena e um óculos para a Diretoria de Cultura de Itariri, visando a realização de ações com professores e alunos da rede municipal de ensino. Além disso, o projeto realizou palestras e oficinas com os indígenas da Aldeia Capoeirão e também com técnicos e servidores da Diretoria de Cultura e professores da rede municipal, de forma a capacitá-los para o uso dos equipamentos com os alunos nas salas de aula.

 

O vídeo produzido pelo projeto apresenta a localização da comunidade, a rotina de seus fazeres e depoimentos de seus integrantes sobre as tradições culturais, como as músicas, danças, cestaria, entalhamento em madeira, artesanato e pintura corporal. O material captado em ambiente 360° traz informações complementares dos espaços filmados e textos que visam ampliar a percepção dos alunos em relação ao ambiente e ao território indígena. Com a tecnologia de imersão 360°, os alunos de escolas públicas de Itariri podem fazer, sem sair da escola, uma verdadeira viagem por dentro da aldeia indígena e conhecer suas histórias, suas belezas naturais e sua gente.

 

Sobre o Coletivo Cultural Muriqui

 

O Coletivo Cultural Muriqui do Vale reúne um grupo de produtores culturais do Vale do Ribeira com o propósito de unir conhecimentos e elaborar projetos centrados na rica cultura regional. O objetivo é valorizar tanto as pessoas quanto a arte e o território do Vale do Ribeira.

O coletivo reconhece na diversidade cultural da região uma oportunidade para criar um grupo colaborativo capaz de conceber e implementar projetos culturais, utilizando recursos de editais, contratos com prefeituras e outras fontes, priorizando os agentes culturais da região. Dessa forma, busca valorizar os artistas multidisciplinares, as expressões artísticas e os produtores locais. Entre os compromissos do coletivo está a busca por recursos externos para direcioná-los a comunidades locais, contribuindo para a geração de renda e o fortalecimento da economia regional.

 

 

Serviço:

Vivências, Território e a Cultura Indígena: Guarani Mbya e Guarani Ñandeva

Documentário | 46:58 min | Livre

Para assistir: https://bit.ly/vivenciaterritorioeaculturaindigena

Canal do Coletivo Muriqui: www.youtube.com/@institutoculturalmuriquidovale

https://bit.ly/canaldomuriqui

 

Ficha Técnica

Realização: Coletivo Cultural Muriqui do Vale

Roteiro, Direção e Montagem: Ruan Carlos e Lívia Badur

Produção: Coletivo Cultural Muriqui do Vale

Pesquisa: Diellen Monique, Simone Rodrigues e Nathalia Alves

Direção de Fotografia: Everton Viana e Fernando Okuhara

Imagens de Drone: Everton Viana e Fernando Okuhara

Direção de Som: Fernando Okuhara

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Sobre o município Registro é um município brasileiro da Região Geográfica Imediata de Registro, na Região Geográfica Intermediária de Sorocaba, no Estado de São Paulo. Localiza-se a 24º29'15" de latitude sul, 47º50'37" de longitude oeste, a sudoeste da capital, distando desta cerca de 191 km, na porção paulista do vale do Ribeira. Situa-se entre 0 e 25 metros acima do nível do mar e seu clima é classificado como subtropical úmido. O município é formado somente pelo distrito sede, que inclui o Bairro Serrote.[7][8
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