O Sesc Registro convida para o bate-papo “Diáspora Japonesa no Brasil e corporalidades amarelas”, que acontece nesta sexta-feira (dia 7 de outubro), às 20h, no Campus da Unesp da Vila Tupy, em Registro. O evento tem a parceria da Unesp Registro e se soma às atividades que vêm sendo realizadas pelo Sesc Registro no âmbito da programação especial que celebra os 100 anos de histórias do conjunto arquitetônico onde a unidade está instalada.
Participam da roda de conversa o cantor e compositor Victor Kinjo; a atriz e apresentadora Bruna Aiiso; o DJ, radialista e pesquisador Paulo Sakae Tahira (DJ Paulão), com mediação da pesquisadora e arte-educadora Aline Hasegawa. Com representações políticas, artísticas e culturais diversas, os integrantes da mesa vão trazer relatos interseccionais e propor reflexões e diálogo sobre a imigração japonesa no contexto histórico da diáspora.
Neste ano são comemorados os 114 anos da imigração nipônica no Brasil e 109 anos da formação da primeira grande colônia de imigrantes japoneses no país, a colônia Katsura, que se localizava no bairro Jipovura, em Iguape, município reconhecido como berço da colonização japonesa no Brasil. Em sequência foi instalada a colônia de Registro, local onde alguns anos depois (1922) foi construído o prédio que serviu de suporte à produção dos colonos na região do Vale do Ribeira. Desde 2016, este prédio histórico e centenário sedia o Sesc Registro.
Atualmente, cerca de 2 milhões de nipo-descendentes vivem no Brasil, país que abriga a maior população japonesa fora do Japão. Mais de um século depois da chegada dos primeiros imigrantes, algumas questões ainda se colocam ao debate: quais são os desafios que os descendentes enfrentam no Brasil, como estão vivendo atualmente, e como as gerações de japoneses se articulam em suas diferenças culturais? Estas e outras reflexões estarão na pauta da roda de conversa que ocorre nesta sexta-feira, além de temas como discriminação, estigmas, estereótipos e solidariedade antirracista ao povo amarelo.
A atividade presencial é aberta ao público a partir de 12 anos. Não há necessidade de inscrição prévia, mas as vagas são limitadas. O bate-papo começa às 20h, no Campus da Unesp-Registro, situado à avenida Nelson Brihi Badur, 430, Vila Tupy. O evento também será transmitido ao vivo pelos canais do Sesc Registro e da TV Unesp no YouTube.
Sobre os participantes
Victor Kinjo é cantor, compositor e pesquisador indicado ao Prêmio da Música Brasileira 2018 como Melhor Cantor (Regional). Bacharel em Ciências Sociais pela PUC-SP e em Economia pela USP, é mestre em Sociologia e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, onde defendeu a tese “Cantos da Memória Diaspórica”.
Bruna Aiiso é atriz, apresentadora, mestre de cerimônias e locutora. Em 2019 fez parte do elenco da novela “Bom Sucesso” (TV Globo), com a personagem Toshi Noshimura, uma intérprete japonesa que amava o Brasil. No Projeto Brasileiros, realizou entrevistas com artistas de ascendência oriental para discutir mercado de trabalho, presença de artistas asiáticos no audiovisual brasileiro, personagens esteriotipados, sexualização da mulher asiática, entre outros assuntos.
DJ Paulão é radialista, pesquisador musical e curador de projetos culturais. Formado em Ciência Política pela Unicamp, há quase três décadas se dedica à discotecagem e à pesquisa fonográfica da música brasileira. Comanda a Patuá Discos, loja que também é um espaço de difusão cultural. Já tocou com grandes nomes como Elza Soares, Jorge Ben Jor e Nação Zumbi.
A mediadora da conversa, Aline Yuri Hasegawa, é pesquisadora e arte-educadora, doutora em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC, mestra em Sociologia pela UFSCar e bacharel em Sociologia e Antropologia pela Unicamp. Colabora no Wede’rã Lab – Laboratório Escola Xavante de Audiovisual e Software Livre, onde pesquisa e articula ações sobre o território ancestral xavante.
Sobre o conjunto arquitetônico
O conjunto arquitetônico onde a unidade do Sesc Registro está instalada é conhecido como KKKK, sigla da Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha, companhia criada no Japão para apoiar a colônia japonesa no Vale do Ribeira e responsável pela construção do prédio em 1922, à margem do rio Ribeira de Iguape, em Registro. O conjunto sediava um engenho de beneficiamento de arroz e quatro galpões onde funcionavam escritórios e armazéns que davam suporte à colônia no início do século 20.
A partir dos anos 1940 o espaço teve outras administrações e ocupações, passando também por longo período de abandono. Em 1987, o conjunto foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e, em 1990, foi desapropriado pela Prefeitura de Registro. No início dos anos 2000, o prédio foi restaurado pelo Brasil Arquitetura, escritório dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci (SP). Após o restauro, o complexo abrigou instituições de educação e o Memorial da Imigração Japonesa do Vale do Ribeira. Em 2010, o imóvel também foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN).
O Sesc São Paulo transformou o espaço em um centro cultural e esportivo que oferece uma série de atividades artísticas, culturais, esportivas, educacionais e de lazer para todos os públicos do Vale do Ribeira.
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