Após dois anos de encontros virtuais, o Hospital Regional de Registro (HRR) realizou o 1º Simpósio de Humanização nos dias 7 e 8 de julho, reunindo profissionais de saúde da região, especialmente dos hospitais que atendem pelo SUS. O objetivo foi promover a integração entre os grupos responsáveis pela humanização nas Unidades, trocar experiências e fortalecer o atendimento humanizado aos usuários.
O Simpósio contou com a participação da articuladora de Humanização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Cristiane Marchiori. Doutora em Saúde Pública, ela falou sobre a Política de Humanização e as transformações na gestão e no cuidado em saúde. “Na pandemia os encontros foram virtuais, mas neste mês de julho conseguimos nos encontrar presencialmente incentivados pelo generoso convite do HRR para o Simpósio de Humanização. Foi uma alegria encontrar as equipes, reconhecer os avanços, provocar novas possibilidades para as transformações na gestão e no cuidado em saúde”, afirmou Cristiane, que acompanha e apoia a Política Nacional de Humanização (PNH) no Vale do Ribeira desde 2016. “O desafio desde então é favorecer o SUS a partir das diretrizes da Política de Humanização. Propor grupalidades, redes, planos institucionais de humanização como indicadores tem sido uma experimentação importante. Destaco o princípio da transversalidade, que provoca deslocamentos na produção de gestão mais compartilhada, cuidado mais ampliado e vidas mais potentes”.
Para Cristiane, “foi muito especial estar no HRR”. “Ficam os desafios de sustentar e ampliar as conexões nas equipes, entre as equipes dos serviços de saúde e equipes dos municípios, entre equipes e o DRS, incluindo sempre mais pessoas. Visitar e trocar experiências com proposta do apoio que provoca movimentos, entendendo que a vida e o cuidado se faz em relação, no encontro que aumenta a potência de agir e existir”, destacou.
A diretora executiva do HRR, Eloisa Sales Negro, abriu o Simpósio abordando a importância do trabalho articulado em rede entre os diferentes serviços de saúde. “A construção de uma rede na saúde implica mais do que ofertas de serviços num mesmo território. Implica colocarmos em questão como eles estão se relacionando. É preciso integrar o conjunto de ações das diferentes áreas e setores para permitir a construção de uma ação compartilhada e corresponsável, especialmente para evitar a sobreposição de ações e a concorrência por recursos. O trabalho em rede favorece principalmente o usuário, nosso paciente SUS”.
Na roda de conversa promovida pelo Simpósio, representantes dos hospitais e do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Pariquera-Açu relataram experiências de humanização. Do HRR, destaque para a visita multidisciplinar na UTI – que promove o cuidado ampliado do paciente – e a alta responsável, visando a continuidade do cuidado após a alta hospitalar. Diretora do Ceforh, Neusa Balbo falou sobre o trabalho da educação permanente e os projetos na maternidade do Hospital Regional Leopoldo Bevilacqua (HRLB); a coordenadora de projetos do Hospital São João, Camila Victório, destacou a alta responsável e o desafio de garantir conforto para os acompanhantes; e a assistente social e coordenadora de humanização do AME, Adriana Fernandes, abordou a produção de redes, cuidado ampliado com o Projeto Terapêutico Singular, gestão compartilhada e matriciamento.
Também participaram do Simpósio a diretora de Humanização do Departamento Regional de Saúde (DRS-12), Fabiana Patucci, o diretor técnico do HRR, Dr. Arnaldo Zardo, a coordenadora administrativa do AME, Christianne Andriello, a diretora técnica do AME, Dra. Adriana Carravieri, a articuladora de humanização da Rota dos Bandeirantes, Cleide Prestes, a articuladora de humanização do Hospital São João, Viviane Souza, coordenadores, supervisores e profissionais da equipe multi do HRR e demais serviços.
Em defesa da vida
A diretora de Humanização do DRS-12, Fabiana Patucci, destacou a importância do encontro para o Vale do Ribeira. “O Simpósio foi maravilhoso, houve o encontro de diversos atores importantes dos serviços regionais todos focados no cuidado em saúde, troca de experiências, relatos emocionantes de como estamos trabalhando a Política de Humanização na região. Parabenizo toda equipe do HRR por nos proporcionar um momento tão incrível como este. Saímos mais fortes, motivados e reconhecemos que o nosso trabalho é em defesa da Vida e do SUS!”, ressaltou.
Para o fonoaudiólogo do HRR, Pablo Henrique Gimenes, o 1° Simpósio de Humanização foi “sensacional”. “Por meio da roda de conversa pude perceber a magnitude que tem a iniciativa, por menor que seja, de cuidar do outro e o quanto isso faz diferença na vida de usuários do SUS e nas nossas, trabalhadores da Saúde. Foi muito tocante ver que nós, aqui do HRR e das unidades vizinhas da região, entregamos aos pacientes diferentes formas de humanização e que, diferente do que eu pensava, humanização não é só ser cordial e tratar bem o paciente, mas também inclui a organização e a gestão do serviço”.