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Comissão mista defende capacitação como forma de combater violência contra a mulher

Edilson Rodrigues/Agência Senado Valéria Xavier: programa de capacitação deverá ser promovido nas cinco regiões do Brasil A ampliação de um progr...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Câmara de Notícias
19/10/2023 às 21h25
Comissão mista defende capacitação como forma de combater violência contra a mulher
Valéria Xavier: programa de capacitação deverá ser promovido nas cinco regiões do Brasil - (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A ampliação de um programa para capacitar pessoas na prevenção e no combate à violência contra mulheres foi tema de debate nesta quinta-feira (19). Representantes da Fundação Demócrito Rocha, que promove o programa, estiveram na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher para apresentar a iniciativa, que pretende contribuir para a redução dos índices atuais.

Um curso já foi oferecido no final de 2020, com o objetivo de enfrentar a crescente violência contra mulheres a partir da pandemia de Covid-19 e do consequente isolamento social. O público alvo era formado por agentes de saúde, assistentes sociais, professores, líderes comunitários e religiosos, entre outros.

Apesar de ser a distância, a maioria dos alunos era do Ceará, onde o programa foi desenvolvido. Agora, a ideia é apresentá-lo em um estado de cada uma das cinco regiões do Brasil, para atingir maior capilaridade, segundo a diretora de Projetos Especiais da fundação, Valéria Xavier. 

Ela ressalta que, mesmo após a pandemia, a violência contra as mulheres continua a crescer. Em 2022, foram registrados 1.410 feminicídios, aumento de 5% em relação ao ano anterior.

De acordo com Xavier, essa violência vai se revelando aos poucos. “É uma proibição de vestir uma roupa, é uma proibição de falar com um familiar, então isso vai se instalando, vira uma agressão verbal e muitas vezes vai para agressão física”, explica.

Leila Paiva, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), destacou que é preciso alcançar públicos diversos com o curso. “É não escolher públicos, é falar para todas as pessoas que nós precisamos vencer a violência contra a mulher. Não é falar dentro de algumas caixas que nós já sabemos que são simpáticas à nossa causa, é falar para aquelas pessoas que inclusive não querem nos ouvir. E falo, inclusive, do público masculino.”

Senadora Augusta Brito (C) presidiu a audiência pública desta quinta-feira
Senadora Augusta Brito (C) presidiu a audiência pública desta quinta-feira - (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Desconstruir masculinidades
A presidente da comissão mista, senadora Augusta Brito (PT-CE), reforçou a necessidade de desconstrução das masculinidades como forma de combate à violência.

“De que forma a gente vai conseguir chegar aos verdadeiros agressores? Não estou aqui fazendo guerra, mas quem está batendo é o homem, então ele precisa ouvir, participar, para desconstruir dentro dele o machismo estrutural”, salientou.

O Programa de Capacitação para Enfrentamento da Violência contra Mulheres e Meninas prevê um curso de 140 horas, e discute temas como o feminicídio no Brasil, gênero, masculinidades e violência, e mídia e violência doméstica.

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