Evento serviu para recolher informações sobre os equipamentos de saúde e buscar soluções para as necessidades mais urgentes; verbas para consórcio, informatização e transporte sanitário foram destaques
A Comissão de Saúde da Alesp vai analisar uma série de pedidos de autoridades do Vale do Ribeira, a exemplo da liberação de verba para o Consórcio Intermunicipal de Saúde local e mais aporte estadual para financiar a informatização de unidades e o transporte sanitário entre os municípios.
Essas necessidades foram levantadas na audiência pública realizada nesta terça (29) na cidade de Registro, sede do 12º Departamento Regional de Saúde (DRS), unidade administrativa com aproximadamente 300 mil habitantes distribuídos em 15 municípios.
"Fizemos questão de iniciar nossas visitas pelo Vale do Ribeira, região de reconhecidas carências e que merece nossa atenção", frisou a presidente da Comissão, deputada Bruna Furlan (PSDB). Ela explicou que o trabalho iniciado em Registro, e que se estenderá para outros DRS, envolve "recolher informações sobre os equipamentos de saúde" e buscar soluções para as demandas mais urgentes.
Verba contingenciada, conectividade e transporte
Conforme o prefeito de Miracatu, Vinícius Brandão (PL), presidente do ConSaúde, a associação tenta reaver, junto ao Governo paulista, recursos contingenciados inicialmente durante a covid-19. "Nos últimos três anos, o Consórcio ficou sem receber R$ 22 milhões devido à pandemia", informou.
Em nome dos 15 secretários municipais de Saúde do Consórcio, o titular da pasta em Iguape, João Sakô, propôs uma contrapartida financeira maior do Estado para custear o deslocamento de pacientes no Vale.
"O custo do transporte sanitário é altíssimo. Não estou falando de ambulâncias", afirmou o gestor iguapense tomando a cidade como exemplo. Iguape gasta R$ 150 mil apenas com vans terceirizadas.
Sakô também defendeu políticas para informatizar as unidades de saúde. "Nós não temos conexão. Como é que os médicos vão acessar um prontuário eletrônico do SUS em uma região que sequer possui cobertura de celular?", questionou.
O secretário ainda elencou demandas como mais especialidades ambulatoriais com a estruturação da rede psicossocial e a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192).
Autismo no Ribeira
As carências no tratamento Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Vale do Ribeira foram evidenciadas na audiência, especialmente com o depoimento de Ana Paula Coutinho, mãe de uma criança autista.
Conforme a genitora "foi muito difícil chegar ao laudo" do filho. Em tom de apelo, Coutinho declarou que o tempo de espera por uma consulta neurológica no Ribeira dura dois anos.
Em resposta, a direção do DRS 12 informou que está em processo de contratação de uma neuropediatra. Além disso, disse que um centro de especialidades, de R$ 7 milhões, será construído em Registro e "vai contar com as modalidades auditiva, física, visual e intelectual, incluindo o Transtorno do Espectro Autista".
Também estiveram em Registro os deputados estaduais Caio Franca (PSB) e Paulo Corrêa JR (PSD) além de diversas autoridades locais e regionais como prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, gestores da saúde, e profissionais das áreas médica e educacional.
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