Por iniciativa do Serviço Social em parceria com a Educação Permanente, o Hospital Regional de Registro realizou no dia 19 de maio a palestra sobre “Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes”. Profissionais de todos os setores foram convidados a participar do evento, que teve o objetivo de orientar e sensibilizar as equipes para a questão.
A assistente social do HRR, Vanessa Cordeiro, explicou sobre o procedimento operacional padrão (POP) implantado para atendimento às vítimas de violência encaminhadas para a Unidade e sobre a Notificação Compulsória dos casos. Também relatou quais os serviços que devem ser acionados em cada situação, como Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia, CREAS e CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Assistente social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Registro, Josefa Silvana Ferreira dos Anjos falou sobre o 18 de maio, instituído como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Nesse dia, em 1973, uma menina foi sequestrada, estuprada, espancada, drogada e assassinada por jovens da classe média alta em Vitória (ES). Os agressores jamais foram punidos. Após uma forte mobilização, foi aprovada a lei que instituiu o Dia 18 de Maio. “É uma campanha nacional, onde todo o Brasil se sensibiliza em defesa das crianças. Mesmo assim, os casos só aumentam”, relatou Silvana.
Ela abordou os tipos de violência – física, psicológica, negligência, abandono, abuso e exploração sexual – e revelou que a maioria dos agressores são pessoas de confiança das crianças e vivem na mesma casa. “É chocante saber que grande parte dos que abusam sexualmente das crianças são os próprios pais”. Segundo Silvana, entre janeiro de 2020 e abril de 2022, o CREAS de Registro atendeu 153 casos de violência contra crianças e adolescentes, a maioria deles de abuso e exploração sexual.
O conselheiro tutelar da Registro, José Thiago de Souza, falou sobre o papel e as atribuições do Conselho Tutelar, o fluxo de atendimento a vítimas de violência no município e a importância de denunciar os casos. “Já ouvi muitos pais dizerem que bateram para corrigir, que o filho é deles e educam como querem. Romper com o ciclo de violência é um desafio de todos nós”, destacou.
Para denunciar casos de abuso e violência contra crianças e adolescentes, basta ligar para o Disque 100 – Direitos Humanos. “É muito eficaz. Não é preciso se identificar e em 24 horas o caso chega para o Conselho Tutelar do município e os demais órgãos responsáveis”, orientou Thiago.