O Parque Estadual Carlos Botelho, um dos maiores refúgios da Mata Atlântica, completa 42 anos de existência neste mês de setembro. Para celebrar a data, o parque preparou uma programação especial que incluiu atividades para todos os públicos, com destaque para a primeira visita de 25 alunos da APAE à trilha da Canela, a maior trilha suspensa do mundo dentro de uma Unidade de Conservação.
Os alunos fizeram a trilha da Canela, com 2,1 km de extensão, que oferece uma experiência única em contato com a natureza, e agora está adaptada para receber pessoas com deficiência, demonstrando o compromisso do parque com a inclusão. Recentemente o Governo de SP investiu mais de R$ 4 milhões nas trilhas e revitalização das edificações das sedes de São Miguel Arcanjo e Núcleo Sete Barras. A visita dos alunos da APAE representa um marco na história do parque e reforça a importância de proporcionar acesso à natureza para todos.
“A celebração não apenas valoriza o trabalho realizado ao longo dos anos na conservação e manejo, mas também ajuda a traçar novos planos, garantindo sua proteção no futuro e expandindo as iniciativas para atingir todos os públicos, incluindo aqueles com necessidades especiais”, explica Nathalia Zandomenegui, gestora do Parque Estadual Carlos Botelho.
Até o dia 13/09, a entrada será gratuita para os visitantes. Além das trilhas, o Parque oferece um ciclo de roteiros para bicicletas com 47 km. O aniversário contará com diversas outras atividades, como:
- II Workshop de Pesquisa Científica: pesquisadores apresentarão os resultados de seus estudos sobre a biodiversidade do parque.
- Observação de Primatas e Aves: atividades guiadas para observar a rica fauna da região.
- Passeio pelas trilhas:
Canela – 2,1 km
Bromélia – 390 metros
Juçara – 500 m
Represa fornos – 5k
Rio taquaral – 2,5 km
Braço do Rio Taquaral – 10 km
Cachoeira do Muriqui – 4k
Trilha da Figueira – 2 k
Catetos – 530 m
Cachoeira do Ribeirão Branco – 10 km
Cachoeira do Rio Quilombo – 4 km
Trilha do Pico da Pedra Maior – 24 km
Sobre o Parque Carlos Botelho
Criado em 10 de setembro de 1982, o Parque Estadual Carlos Botelho (PECB) é uma Unidade de Conservação do bioma Mata Atlântica. Situado entre os municípios de São Miguel Arcanjo, Sete Barras e Capão Bonito, o parque está distribuído em uma área total de 38,7 mil hectares e contribui para a proteção de duas bacias hidrográficas: Alto Paranapanema e Vale do Ribeira.
Localizada na Serra de Paranapiacaba, a unidade compõe o Mosaico do Paranapiacaba, um dos maiores contínuos de Mata Atlântica do mundo, além de abrigar florestas ombrófilas densas, com destaque para espécies como palmeira-juçara, canela, jequitibá e figueira, cujo estado de preservação é considerado elevado.
O Parque Carlos Botelho também é reconhecido como “Sítio do Patrimônio Mundial Natural”, pela Organização das Nações Unidas (Unesco). Em seu território, se destacam ainda espécies da fauna ameaçadas de extinção: onça-pintada, anta e queixada.
Núcleo São Miguel Arcanjo
O Núcleo São Miguel Arcanjo abriga grande parte de projetos de pesquisa, desenvolvidos no PE Carlos Botelho. Em seus limites, ocorrem atividades como boia-cross no rio Taquaral, observação de fauna (com destaque para a observação de muriquis-do-sul e de aves), além de opções de trilhas. A unidade recebe excursões de várias escolas da região. Dentre os projetos já desenvolvidos, é importante destacar o Criança Ecológica, Lugares de Aprender que buscaram uniformizar a educação ambiental e integrar o aprendizado curricular com as unidades de conservação.
Atualmente, desenvolve-se o projeto Corredor da Biodiversidade do Rio Taquaral, cujo objetivo é integrar a educação ambiental na vida cotidiana da população local por meio de ações de enriquecimento florestal das propriedades rurais e pela destinação correta de resíduos da sede e da escola municipal Vereador José Camargo. Igualmente importante nesse projeto é a experiência lúdica que as crianças têm ao fazer o resgate de mudas nas áreas de pisoteio das trilhas.
Núcleo Sete Barras
Localizado no município de mesmo nome, na região do Vale do Ribeira, o Núcleo Sete Barras encontra-se em uma área de formação vegetacional de floresta ombrófila, típica da Mata Atlântica. A unidade abriga espécies ameaçadas de extinção, como palmeira-juçara, canelas, figueiras e perobas. Quanto à fauna, foram registradas espécies como bugios, iraras, gatos-mouriscos e várias espécies de aves e peixes. As maiores vocações do Núcleo Sete Barras são a pesquisa científica e o ecoturismo. As trilhas, especialmente a da Figueira e da Cachoeira do Ribeirão Branco, são grandes atrativos para visitação.
O Núcleo oferece diversas opções de lazer, como bicas, rios, quiosques para piqueniques e mirantes, atraindo visitantes que desejam desfrutar da natureza. A região é bastante frequentada por romeiros pedestres e cavaleiros em peregrinações à cidade de Iguape, que utilizam a Estrada-Parque, passando pela Serra da Macaca.
Sobre a Fundação Florestal
Criada em 1986, a Fundação Florestal (FF) é uma entidade vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, responsável pelo manejo, conservação e ampliação das florestas de produção e Unidades de Conservação (UCs) estaduais. Seu trabalho é fundamentado em cinco eixos principais: Proteção da Biodiversidade, Ciência, Educação Ambiental, Turismo Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável. A FF desenvolve ações integradas para o desenvolvimento sustentável, conservação ambiental, monitoramento da biodiversidade e recuperação de áreas degradadas, em parceria com órgãos governamentais e instituições da sociedade civil. Atualmente, a FF administra 66 UCs de Proteção Integral e 53 UCs de Uso Sustentável distribuídas por todo o estado de São Paulo.
Serviço: 42º aniversário do Parque Estadual Carlos Botelho
Data/horário: Até 14 de setembro, das 9h às 17h
Local: Rodovia SP-139, km 78,5 - Abaitinga, São Miguel Arcanjo - SP