O Governo de São Paulo registrou uma alta de 56% no número de pessoas internadas com Covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva nas últimas duas semanas, ante um aumento de 50% no índice de internações em leitos de enfermaria por causa da doença.
Na quarta-feira (9), havia 474 leitos de UTI ocupados. Na enfermaria, eram 857.
O Conselho Gestor da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, que hoje substitui o comitê científico instalado no estado no início da pandemia, emitiu um alerta sobre a alta de casos. O documento reforça a necessidade de se ampliar a cobertura vacinal e o uso de máscaras.
O colegiado destaca, por outro lado, que o número de pessoas internadas por causa da Covid-19 ainda é bem inferior aos números observados em ondas anteriores.
"O grupo de especialistas segue monitorando permanentemente a pandemia e irá se manifestar sempre que houver necessidade", afirma o secretário da pasta, o infectologista David Uip.
O Conselho Gestor recomenda, entre outros pontos, que todos os adultos com mais de 18 anos recebam as doses de reforço das vacinas contra o coronavírus e que haja um aumento da cobertura vacinal entre crianças e adolescentes.
Segundo o órgão, há em São Paulo 10 milhões de adultos que ainda não tomaram a primeira dose de reforço do imunizante, e 7 milhões que não receberam a segunda dose de reforço.
O uso de máscara em ambientes mais favoráveis à transmissão, como é o caso do transporte público, e por pessoas que integram grupos de risco também voltou a ser recomendado.
O conselho ainda sugere que seja reforçado o tratamento com antivirais para pessoas infectadas pelo coronavírus que apresentem sintomas leves ou moderados, a fim de se evitar internações e, eventualmente, óbitos.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o aumento dos casos de Covid-19 e a notícia de novas subvariantes do vírus, com o registro da morte de uma mulher em São Paulo, provocaram uma corrida às unidades de saúde de São Paulo para tirar o atraso da dose de reforço da vacina.
A Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou na noite de segunda-feira (7) os dois primeiros casos da nova subvariante ômicron BQ.1.1 na capital. Uma mulher de 72 anos, que estava acamada e tinha comorbidade, morreu infectada pela cepa, segundo a pasta.
A sublinhagem está associada ao aumento recente de casos de Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, as primeiras ocorrências foram confirmadas no Amazonas, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.