Unidade voltada a casos de média e alta complexidade, o Hospital Regional de Registro (HRR) atende muitos pacientes graves, que geralmente precisam permanecer longos períodos internados. Visando auxiliar esses pacientes na expressão de seus sentimentos e pensamentos relacionados à hospitalização e também ocupar o tempo ocioso, as psicólogas Juliana de Souza Villanova e Tamara Mayara Ferreira desenvolveram o “Livreto das Emoções” e o material “AtivaMente”.
Em formato de diário, o Livreto das Emoções foi inspirado no livro “Destrua este Diário”, de Keri Smith (Editora Intrínseca) e adaptado para os pacientes. “O objetivo do material é ajudar o paciente a minimizar sobrecargas emocionais e fortalecer as estratégias de enfrentamento, já que o período de hospitalização é repleto de mudanças e dificuldades, uma verdadeira montanha russa de emoções”, explica a psicóloga Juliana. No livreto, o paciente pode escrever seus pensamentos positivos e negativos, como está se sentindo e também sugerir mudanças. “Ao escrever sobre o que sente, a pessoa pode ter uma nova percepção sobre aquele sentimento ou situação que está vivenciando”. Fica a critério do paciente mostrar ou não o que foi escrito para as psicólogas.
Já o caderno AtivaMente é voltado para ocupar o tempo ocioso dos pacientes, principalmente aqueles em internação de longa permanência. “Também queremos estimular algumas funções cognitivas com o intuito de prevenir a ocorrência de delirium ou desorientação”, reforça a psicóloga Tamara. Além de trazer perguntas básicas sobre o paciente e sua rotina, há uma série de exercícios lúdicos, como formar palavras, contar objetos, ligar palavras a figuras correspondentes, entre outros.
Internado no HRR desde o dia 19 de setembro, o paciente Wagner Luiz Galone Sanches aprovou o Livreto das Emoções. “É gostoso poder desabafar e relembrar as dificuldades que a gente já venceu. Aqui dentro a gente lida com a dor, a saudade, a esperança, o desânimo. E falar sobre tudo isso é muito bom”, relata o morador de Ilha Comprida. “Quero agradecer à equipe e ao hospital por essa atitude. A gente percebe que se preocupam com os nossos sentimentos e nesse mundo onde há tanta frieza, isso é muito importante, é o diferencial daqui”, afirma Wagner.
Já o paciente Geraldo Noritoshi Miyashiro tem utilizado o material AtivaMente. “É muito bom, ajuda a esfriar a cabeça e não deixa a gente pensar besteira. Não importa se estou fazendo certo (as atividades), mas aproveito para passar o tempo”, diz Geraldo, internado na UTI Coronariana do HRR desde 2 de setembro.