Um trabalho realizado na China com pacientes com comorbidades que foram vacinados com CoronaVac mostrou que o imunizante é seguro e que a imunogenicidade fornecida pela vacina é muito semelhante àquela induzida em pessoas saudáveis. O estudo foi publicado na plataforma de preprints SSRN da revista The Lancet e conduzido por pesquisadores da Universidade de Yunnan, da Academia Chinesa de Ciências, do Centro de Controle de Doenças de Hainan, e da Sinovac.
Foram selecionados 969 voluntários, com 40 anos ou mais, para receber duas doses da CoronaVac com intervalo de 3 a 5 semanas. Entre os participantes, 229 eram saudáveis e 740 tinham ao menos uma das seis seguintes comorbidades: doença arterial coronariana (118), hipertensão (232), diabetes mellitus (177), doença respiratória crônica (94), obesidade (31) e câncer (88).
No grupo com doença arterial coronariana, a produção de anticorpos após duas semanas foi de 84%, caindo para 46% após seis meses. Em quem tinha hipertensão, 89% para 51%, respectivamente. As taxas nos demais grupos foram: de 85% para 42% (diabetes); de 78% para 52% (doença respiratória crônica); de 90% para 62% (obesidade); e de 85% para 68% (câncer).
No grupo controle, a imunogenicidade caiu de 89% para 46% no mesmo período – números próximos aos observados em pessoas com comorbidades. Vale ressaltar que a queda na taxa de anticorpos com o tempo ocorre para todas as vacinas atualmente disponíveis contra a Covid-19, justificando a necessidade das doses de reforço que estão sendo aplicadas na população.
A incidência geral de eventos adversos também foi semelhante entre os dois grupos, sendo 20,27% nas pessoas com comorbidades e 13,97% nos indivíduos saudáveis. A maioria das reações foi leve, como dor no local da injeção, fadiga e febre.
“Para pessoas que vivem com doenças crônicas, a CoronaVac se mostrou tão segura quanto em pessoas saudáveis. Embora a imunogenicidade seja ligeiramente diferente no subgrupo de algumas doenças em comparação com a da população saudável, a tendência geral foi consistente. Nossas descobertas destacam dados clínicos para combater a hesitação de aplicar a vacina em idosos e pessoas com doenças crônicas”, afirmam os autores da pesquisa.
Idosos que recebem terceira dose da CoronaVac também estão protegidos
Um estudo chinês publicado na revista Nature Communications mostrou que a terceira dose da CoronaVac também é imunogênica tanto para idosos quanto para adultos mais jovens. Entre os adultos, a dose de reforço elevou os níveis de anticorpos em 33 vezes. O mesmo padrão foi verificado nos voluntários idosos, com um aumento de 43 vezes.
O Dossiê CoronaVac reúne mais estudos conduzidos em diferentes países que atestam a segurança da CoronaVac para grupos vulneráveis, como idosos e pacientes com comorbidades.