A conquista da medalha de bronze do time feminino de São Paulo nos Jogos Escolares Brasileiros (JEB’s) passa obrigatoriamente pelas jogadas de uma dupla que se conhece desde o útero. Laura e Julia Marques, líbero e levantadora da equipe, são irmãs gêmeas.
Julia começou no vôlei mais cedo, aos 6 anos. Ela jogava futebol, mas achou que poderia produzir mais com as mãos que com os pés, e mudou de modalidade. Laura, por sua vez, entrou em quadra somente no ano passado, aos 13 anos, inspirada pela irmã. As duas jogam desde então no sub-15 do Barueri.
A sinergia entre as duas não se resume só ao convívio dentro de casa. Elas carregam essa parceria para o esporte. “A gente se entende só pelo olhar. Nossa conexão é fora do normal”, diz Laura. “É fácil de jogar com ela. A gente se olha e já sabe o que vai fazer”, complementa Julia.
Além dos treinos em equipe, Julia e Laura aproveitam a vantagem de morarem juntas para aprimorar fundamentos. Para isso, usam o quintal de casa como centro de treinamento. “Quando temos um tempinho, treinamos em casa coisas como toque, manchete e controle de bola”, conta Laura.
As irmãs pretendem jogar profissionalmente, mas atuar em lados opostos da quadra no momento está fora do radar. “Já pensei em como seria, mas não sei dizer como reagiria”, diz Julia. “Minha irmã me incentivou a entrar para o vôlei. Jogar contra ela é jogar contra a minha maior inspiração, como pessoa e atleta”, derrete-se Laura.
O posicionamento das irmãs difere. Laura é líbero e ocupa mais o fundo da quadra, com a missão principal de defender os ataques adversários. Julia é levantadora e fica mais próximo à rede, pronta para abastecer as pontas com bons passes. Por circunstâncias do jogo, as duas trocam muitas bolas durante uma partida.
“O passe é a característica que mais gosto dela. Ela deixa o passe na minha mão”, define Julia. “Gosto do toque dela, isso sem falar que ela é muito focada no que quer”, emenda a irmã.
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