No período pós-pandemia, a Praça do Artesão, em Pariquera-Açu, ganhou uma nova chance. Por muito tempo esquecida e mal utilizada, ela foi transformada com a chegada de alguns foodtrucks, que trouxeram vida ao espaço. De quarta a domingo, o local passou a reunir famílias, amigos e visitantes em torno da gastronomia e da convivência.
A movimentação espontânea criou um ambiente acolhedor e diverso, com comidas e bebidas variadas, boa música e momentos de encontro. A praça se tornou palco de eventos, como festas juninas, e passou a fazer parte da rotina de lazer da cidade. Era bonito de ver.
Mas esse ciclo foi interrompido. Após mobilizações de alguns comerciantes, com o apoio do poder público, a permanência dos foodtrucks na praça tornou-se inviável. Alguns veículos deixaram de funcionar, outros foram embora para outras cidades.
A movimentação que antes existia na Praça do Artesão migrou para o Boulevard Gastronômico, que passou a concentrar boa parte do público. Estabelecimentos fixos, já tradicionais na cidade, estenderam seu funcionamento para a noite, atraindo cada vez mais pessoas. O boulevard se firmou como um verdadeiro centro gastronômico, com apresentações musicais e eventos que movimentaram as noites de Pariquera.
Com boas intenções, a Prefeitura ofereceu uma nova alternativa aos foodtrucks, abrindo espaço no Centro de Eventos. Iniciativas como a Feira da Lua passaram a acontecer por lá. No entanto, as agendas e interesses começaram a se sobrepor, gerando conflitos silenciosos entre as atividades do boulevard e os eventos no recinto.
Neste fim de semana, o que já vinha se desenhando se confirmou: dois estabelecimentos fixos do boulevard encerraram suas atividades noturnas. Um deles, inclusive, nasceu justamente de um dos foodtrucks que um dia ocuparam a Praça do Artesão. Cada um com seus devidos motivos, mas o que nota-se é a falta de planejamento para fortalecer, não apenas o boulevard, mas diversos outros pontos comerciais no município, que poderiam servir como pontos de lazer.
É o fim de uma fase.
Resta agora torcer para que o Centro de Eventos continue pulsando com vida, e que os próximos passos da cidade sejam dados com diálogo e planejamento. Para que nenhuma boa ideia precise ser interrompida antes da hora. E para que moradores e visitantes tenham cada vez mais espaços para se reunir, se divertir e viver a cidade.