O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) destacou, em seu pronunciamento, o debate promovido nesta terça-feira (12) na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) sobre as implicações da tecnologia no processo eleitoral brasileiro. Para ele, há falta de transparência na auditoria do processo eleitoral e apontou dúvidas na apuração dos votos da urna eletrônica.
Segundo o senador, a auditoria do processo eleitoral acontece apenas parcialmente, com acesso limitado a determinadas áreas e documentos. Na sua opinião, isso não pode ser considerado uma auditoria verdadeira, já que o auditor deve ter acesso irrestrito e independente aos documentos.
Izalci disse ser necessário estabelecer um mecanismo de auditoria externa para garantir a confiabilidade do processo eleitoral. Para ele, essa responsabilidade de definir regra de fiscalização deve ser definida pelos partidos políticos e acompanhada pelos parlamentares.
— O Congresso Nacional tem a obrigação de dar ao eleitor a transparência na apuração do voto. Não é uma mudança que depende de anualidade, que tem que ser aprovada um ano antes. Pode mudar isso no início do ano e vigorar já nas eleições do ano que vem. Não precisa aguardar 2025, 2024 para aprovar, para vigorar em 2026. O eleitor tem que ter a confiança de que aquele voto que ele depositou, que ele digitou no dia da eleição, é exatamente aquilo que vai ser manifestado no resultado. Não dá para sair com essa dúvida que ainda existe — disse.
O parlamentar informou que vai apresentar no Senado uma proposta para dar mais transparência, segurança e confiança ao eleitor brasileiro.
— Não ficar da forma como está, com esses questionamentos e essas dúvidas que levaram, inclusive, a manifestações, como a do dia 8 de janeiro. O 8 de janeiro não aconteceu simplesmente por acaso, aconteceu exatamente pela insatisfação daquilo que foi apresentado como resultado eleitoral. Se tivéssemos um sistema transparente, seguro e confiável, não teria acontecido. Espero que, nas próximas eleições, o eleitor possa estar confiante naquilo que está fazendo, para que o voto dele seja respeitado — concluiu o senador.