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Girão diz que relatório da CPMI do 8 de janeiro é 'parcial' e 'eivado pelo ódio'

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse ter ficado "impactado com a parcialidade" do relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na ...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Senado
18/10/2023 às 10h40
Girão diz que relatório da CPMI do 8 de janeiro é 'parcial' e 'eivado pelo ódio'
- Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse ter ficado "impactado com a parcialidade" do relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na CPMI do 8 de janeiro. Em pronunciamento na terça-feira (17), o parlamentar ressaltou que o parecer é “totalmente eivado pelo ódio”. O senador afirmou que a base do governo "não deixou que a comissão ouvisse algumas personalidades importantes" para realizar uma ampla investigação dos ataques aos Poderes da República, sem “blindar” ninguém.

— Eu esperava que o relatório [...] viesse bem parcial, mas a peça de ficção que a gente pôde ouvir, a fantasia, o malabarismo feito para poupar o general do Lula, não indiciar alguém que o Brasil inteiro viu, junto com a sua equipe, servindo água aos invasores, não acionando os pelotões disponíveis da própria Guarda Presidencial para proteger o Palácio do Planalto, uma omissão flagrante, descredibilizou completamente o relatório da senadora Eliziane Gama. Só em não ter colocado o general GDias como um indiciado, uma sugestão, um pedido de indiciamento, isso já derreteu completamente o restinho de credibilidade que tinha essa CPMI — disse, referindo-se ao general Marco Edson Gonçalves Dias, GDias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foi exonerado antes da instalação da comissão.

Girão também declarou que o ministro da Justiça, Flávio Dino, deveria ser citado no relatório e que foi “protegido”. O senador afirmou que Dino se negou a entregar as imagens de câmeras internas e externas do prédio do Ministério da Justiça no dia da invasão, recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

— Utilizou-se do subterfúgio de perguntar ao STF se poderia entregar, talvez achando que o ministro Alexandre de Moraes fosse dizer não. Essa era uma expectativa, inclusive, entre alguns de nós da oposição, mas o relator do inquérito disse que poderia entregar, autorizou entregar. O ministro Flávio Dino não entrega e, depois, vem com uma justificativa sem pé e sem cabeça, dizendo que as imagens foram apagadas, ao mesmo tempo que entrega duas imagens de 200 câmeras! Duas câmeras de 200! É surreal a incoerência, a inconsistência, a contradição dessas pessoas!

Para o senador, indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro — que para a relatora deve responder por associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado — é uma “revanche política injusta”. Girão também condenou o indiciamento do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, general Walter Braga Netto, afirmando que o militar sequer foi ouvido pela CPMI.

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