No dia 18 de junho, o Brasil comemora os 115 anos da imigração japonesa, um marco histórico que celebra a chegada dos primeiros imigrantes vindos do Japão ao país. Desde então, a cultura japonesa tem se enraizado e florescido em terras brasileiras, deixando uma forte influência na sociedade e quase 2 milhões de descendentes e imigrantes.
Conhecida como a maior cidade japonesa fora do Japão, São Paulo abriga uma série de instituições culturais que promovem a preservação e a celebração da cultura japonesa. Dentre elas estão a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo), fundada em 1955, que preza pela preservação da cultura japonesa por meio de exposições, eventos, cursos e atividades culturais. Para este ano, o Bunkyo também prepara um selo comemorativo para marcar a data. Em formato esférico, a logomarca representa a fusão das cores das bandeiras do Brasil e Japão, arrematadas pelo desenho do símbolo do infinito estilizado, fazendo uma alusão ao relacionamento entre os dois países.
Localizado no bairro da Liberdade, região em São Paulo reconhecida por acolher imigrantes e descendentes, além de concentrar grande parte de seu comércio, culinária e atividades culturais, o Museu da Imigração Japonesa é outro marco dessa história. Mais de 97.000 itens, como documentos, fotos, jornais, livros, revistas, filmes, vídeos, discos LP, quadros, vestimentas, utensílios domésticos e de trabalho compõe o acervo do museu inaugurado em 1978 em que guarda detalhes da chegada do navio Kasato Maru ao Porto de Santos com 781 japoneses, até a trajetória dessa comunidade nos dias atuais.
Em uma das áreas verdes mais emblemáticas da cidade, o Parque do Ibirapuera, abriga o Pavilhão Japonês, doado pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira à cidade de São Paulo, em 1954, como um presente pela comemoração do IV Centenário de sua fundação. Considerado um dos raros pavilhões fora do Japão a preservar as características originais, ali são realizadas cerimônias do chá, exposições e eventos que resgatam as tradições nipônicas em meio à agitação da cidade.
Com uma fachada construída com madeira hinoki e técnicas de encaixe típicas japonesas, a fachada de 11 metros de altura e 36 de largura da Japan House São Paulo (JHSP) marca uma das pontas da Avenida Paulista e também a história das relações Brasil-Japão. Desde sua inauguração em 2017, a instituição cultural já recebeu cerca de 3 milhões de visitantes. Além das habituais exposições gratuitas, a JHSP também é responsável por projetos que buscam difundir e despertar o interesse pelo Japão contemporâneo, como Clube de Leitura, Ciclo de Mangá, Podcast JHSP, Caminhos Brasil Japão, entre outros. Desde 2021, a JHSP vem expandindo alcance geográfico com ações digitais e físicas em outros Estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Pará e Pernambuco e países como Argentina e México, atingindo um público de 50 mil pessoas presencialmente e dois milhões digitalmente a cada mês.
As celebrações dos 115 anos da imigração japonesa são uma forma de reconhecer sua contribuição para a sociedade brasileira em todas as áreas do conhecimento: seja por meio da gastronomia, instituições e eventos culturais, comércio, arquitetura ou tecnologia. Neste mês, também é comemorado o Dia Internacional do Nikkei – expressão japonesa usada para identificar descendentes nascidos fora do Japão ou japoneses que vivem no exterior -, instituído no dia 20 de junho, data em que os primeiros imigrantes chegaram ao Havaí, em 1868.
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