Saúde HRR
OPO-HC ministra curso de Doação de Órgãos no HRR
O curso serviu para atualizar os protocolos referentes ao diagnóstico da morte encefálica e a doação dos órgãos
03/02/2023 10h31 Atualizada há 2 anos
Por: Redação Fonte: HRR Monica Bockor

Profissionais do Hospital Regional de Registro (HRR) participaram na sexta-feira, 27/01, do Curso Itinerante sobre Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante ministrado pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Realizado no auditório do HRR, o curso reuniu enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas do Hospital. Promovido pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HRR, o curso serviu para atualizar os protocolos referentes ao diagnóstico da morte encefálica e a doação dos órgãos.

Além de apresentar e discutir as principais etapas do processo de doação de órgãos, o treinamento também tem o objetivo de fomentar a discussão sobre o papel dos profissionais de saúde na otimização do processo, estimular o desenvolvimento de habilidades e atitudes positivas frente ao processo de doação de órgãos que permitam uma abordagem adequada do potencial doador e seus familiares. Diretor técnico da OPO-HCFMUSP, o enfermeiro Edvaldo Leal de Moraes ressaltou a importância do acolhimento e do respeito às famílias dos potenciais doadores de órgãos.

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“Independente da decisão da família, ela precisa ser respeitada e acolhida. Ela pode não aceitar doar os órgãos do seu familiar, mas vai sair do hospital dizendo que foi respeitada em todo o processo e isso é muito importante. É preciso entender a dor que a família está enfrentando nesse momento”, afirmou Edvaldo. Ele abordou as principais legislações que normatizam o processo de doação de órgãos no Brasil, como realizar a identificação e a notificação de potencial doador e o manejo das reações de luto de familiares de doadores elegíveis após a notícia de morte encefálica.

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Edvaldo e a enfermeira da OPO-HC, Eloísa Aparecida Avelino de Lima, também falaram sobre o papel da equipe multidisciplinar na manutenção do doador elegível em morte encefálica e sobre os obstáculos e estratégias no processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes. Além de apenas 10% das mortes em UTI serem mortes encefálicas, destas cerca de 30% são contraindicadas para transplante, 30% acabam evoluindo para parada cardíaca e em outros 30% dos casos a família não aceita doar os órgãos.

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Até junho de 2022, havia 51.674 pessoas na fila de espera para transplante no Brasil. Mais de 18 mil delas só no estado de São Paulo. O papel dos profissionais de saúde no acolhimento e na orientação das famílias dos pacientes é fundamental para aumentar o número de doações. “Também é preciso informar as famílias sobre o desejo de ser doador. Entre os motivos de recusa familiar, a maioria diz que o paciente não era doador em vida”, explicou a enfermeira Eloísa.