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Reação a golpismo foi “qualitativamente superior” à dos EUA, diz Dino
Ministro discursou na cerimônia de posse do novo diretor-geral da PF
10/01/2023 15h15
Por: Redação Fonte: Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse hoje (10) que a reação das instituições brasileiras à ação de vândalos e golpistas que, no último domingo (8), invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes “qualitativamente superior” à dos órgãos norte-americanos quando o Capitólio, sede do Poder Legislativo dos Estados Unidos, foi invadido em janeiro de 2021 .

“O fenômeno é o mesmo”, disse Dino, comparando os dois episódios, que ele associou a “tempos estranhos”. “Mas Deus abençoou o Brasil. Porque não obstante o Capitólio brasileiro tenha sido verificado [ocorrido], aqui não houve mortes. E aqui, graças à ação das autoridades, mais pessoas foram presas [do que nos EUA]. Então, aos que tiverem complexo de inferioridade, digo sem medo de errar: a resposta brasileira ao golpismo foi qualitativamente superior à verificada em outras partes do mundo”, acrescentou Dino. Ele discursou durante a cerimônia de posse do novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, realizada na manhã desta terça-feira, em Brasília.

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O ministro foi questionado sobre se as consequências do ataque às instituições brasileiras não poderiam ter sido tão graves quanto nos Estados Unidos – onde cinco pessoas morreram –, caso os vândalos e golpistas tivessem agido durante a semana, e não em um domingo. Dino insistiu na comparação, citando o grande número de pessoas detidas no Brasil e a rápida identificação de alguns dos financiadores dos atos antidemocráticos.

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“Faço questão de assinalar que, não obstante óbvias especificidades, tanto nos Estados Unidos, quanto aqui, houve estes eventos extremos, agressivos, violentos. No caso brasileiro, graças a Deus, não tivemos morte. E tivemos uma resposta firme. Quando alguém, daqui a alguns anos, analisar estes fatos perante o tribunal da História, enxergará que, desde o primeiro momento, a responsabilização ocorreu. Tanto que, neste momento, temos milhares de pessoas presas. E outras prisões ocorrerão ainda hoje”, afirmou o ministro.

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Novo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos -Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ontem, o Exército e a Polícia Militar do Distrito Federal desocuparam a área em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Centenas de pessoas estavam acampadas no local desde os primeiros dias de novembro de 2022. Elas rejeitam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última eleição presidencial e propõem uma série de medidas antidemocráticas – como uma intervenção militar.

Segundo a governadora do DF em exercício Celina Leão, cerca de 1,5 mil pessoas foram detidas no local por envolvimento nos atos de vandalismo. O ministro da Justiça, no entanto, disse que o número de presos ainda não é definitivo.

“Vamos concluir os procedimentos de polícia judiciária hoje, ao longo do dia. Estamos falando da maior operação de polícia judiciária da história do Brasil, o que envolve complexidades. Estamos falando de milhares de pessoas presas simultaneamente. Temos equipes trabalhando lá, fazendo as oitivas, lavrando autos de apreensão e de prisão em flagrante, e houve algumas situações humanitárias solucionadas ontem mesmo. Nossa expectativa é de que, ainda hoje, tenhamos um número definitivo”, concluiu Dino.