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Ministro garante a deputados liberação de recursos da educação
Alan Rones/Câmara dos Deputados Victor Godoy: Precisamos rediscutir o financiamento da educação no Brasil O ministro da Educação, Victor Godoy, g...
14/12/2022 13h25
Por: Redação Fonte: Agência Câmara de Notícias

O ministro da Educação, Victor Godoy, garantiu nesta quarta-feira (14), na Câmara dos Deputados, que o governo vai desbloquear recursos, abrir espaço no orçamento da pasta e garantir políticas essenciais da educação ainda neste ano.

“Até o fim desta semana, teremos uma medida provisória que abrirá espaço no orçamento da educação permitindo a total liberação dos R$ 2 bilhões do financeiro e o desbloqueio parcial do orçamento. Ainda não temos esse número [do orçamento], mas temos a sinalização de que todas as políticas essenciais serão garantidas até o fim do ano, em especial a do livro didático”, afirmou o ministro.

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Victor Godoy explicou que recursos orçamentários são aqueles que ainda não foram empenhados (ou seja, reservados para efetuar um pagamento planejado) e, no caso, totalizam R$ 2,3 bilhões e dependerão de uma definição do governo acerca do montante que será aberto no teto de gastos. Já o recursos financeiro foram empenhado, mas não estão sendo pagos. São os R$ 2 bilhões que serão liberados em sua totalidade.

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O ministro participou de audiência pública na Comissão de Educação para prestar esclarecimentos sobre os recentes bloqueios de verbas na educação superior.

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“O corte decorre da imposição de uma responsabilidade fiscal. Na medida que temos o teto de gastos e uma série de despesas extraordinárias, isso naturalmente obrigou o governo a fazer ajustes para garantir o cumprimento da lei”, explicou. “A recomposição tem sido buscada diuturnamente. Sempre buscamos por meio do diálogo e do levantamento dos impactos pelo Ministério da Educação. A expetativa é ter 100% de liberação dos recursos do financeiro na segunda-feira (19).”

A fala de Victor Godoy se deu em resposta ao deputado Bira do Pindaré (PSB-MA), que criticou o bloqueio de valores empenhados. “Estamos falando de cientistas, pesquisadores, de alto nível, ficando sem bolsa e sem assistência estudantil”, lamentou Bira do Pindaré.

Presidente da Comissão de Educação, o deputado Kim Kataguiri (União-SP) também se mostrou preocupado com as bolsas de pesquisa. Diversos estudantes, disse, foram prejudicados.

Em resposta, o ministro lembrou que já houve, na semana passada, a liberação de R$ 300 milhões, ampliados para R$ 460 milhões, o que garantiu o pagamento das bolsas.

Cobranças
Durante toda a reunião, que durou mais de três horas, os parlamentares foram enfáticos nas cobranças feitas ao ministro. Eles querem o compromisso do governo de que os recursos serão realmente liberados.

“A gente não aguenta mais promessa, a gente quer uma solução efetiva. Reitores não têm como ficar numa queda de braço com o Ministério da Educação, cada dia com uma informação nova”, reclamou o deputado Glauber Braga (Psol-RJ).

Victor Godoy garantiu que tem sido transparente com os reitores e tem recebido a todos. Segundo o ministro, não se trata apenas de ter muitos recursos se as políticas de educação não forem bem construídas.

Para a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), recurso não é tudo, mas é absolutamente necessário. “Quando a gente fala desses investimentos, não é correto dizer que estão sendo utilizados de forma eficiente. Este é um ministério com taxa de execução baixíssima. Este é um governo que permitiu que o governo fosse executado via orçamento secreto”, criticou.

Ensino superior x educação básica
O ministro da Educação concordou sobre a importância dos recursos, mas apontou que o Brasil investe mais no ensino superior que na educação básica, chegando a ser oito vezes mais por matrícula. “As demandas da universidade são pertinentes. Só que chega um ponto que não dá para investir 20% do PIB em educação. Nenhum país faz isso. O que precisamos é rediscutir as formas de financiamento da educação no País”, sugeriu.

No caso da educação básica, segundo Victor Godoy, houve avanços com a aprovação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Para a educação superior, o ministro defendeu encontrar novas formas de financiamento, inclusive com investimento privado.

Herança
O ministro da Educação afirmou ainda que o governo de Jair Bolsonaro herdou problemas vindos de gestões anteriores e citou dados, como os da Avaliação Nacional de Alfabetização de 2016, que demonstrou que 55% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental não tinham proficiência adequada em escrita e leitura.

Segundo Victor Godoy, o ministério tem trabalhado com base na ciência e elaborou, por exemplo, uma nova política de alfabetização depois de ouvidos mais de cem especialistas do mundo inteiro. Foram priorizadas, segundo o ministro, além da alfabetização, a recuperação da aprendizagem e os investimentos em tecnologia nas escolas.

“Em 2020, a educação pública não estava preparada para enfrentar o fechamento das escolas, não tínhamos plataforma de ensino. Nesse período, conectamos mais de 26 mil escolas à internet”, listou.

O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) concordou com a fala de que os problemas da educação no Brasil não são do governo Bolsonaro apenas. Ele mencionou ainda a pandemia de Covid-19 como agravante da situação.

Evair Vieira de Melo, assim como outros deputados, também elogiou o ministro, que, na sua opinião, goza de prestígio, credibilidade e competência.