A Polícia Militar desmantelou, neste sábado (7), uma quadrilha acusada de aplicar um golpe que iludiu dezenas de famílias com a promessa de um curso de formação de "bombeiros mirins". A operação, que ganhou grande repercussão após reportagem veiculada na televisão, culminou na prisão de nove pessoas — entre elas, duas mulheres — em ações realizadas nos municípios de Pariquera-Açu e Iguape, no Vale do Ribeira.
Segundo informações da PM, os suspeitos foram localizados e detidos em Pariquera-Açu, pouco após tentarem aplicar o golpe em Iguape. Eles foram levados ao Distrito Policial de Iguape, onde permanecem à disposição da Justiça. Além dos criminosos, uma vítima — um senhor que havia sido lesado — também compareceu à delegacia para prestar depoimento.
De acordo com os relatos, os golpistas visitaram escolas da rede municipal em diversas cidades, onde conversavam com os alunos e os convidavam a participar do suposto curso. Posteriormente, realizavam reuniões com os pais e responsáveis, apresentando uma palestra com linguagem técnica e aparência institucional para dar credibilidade à proposta.
Conforme relato de pai de aluno para a TV Record, o curso seria ministrado aos sábados, durante cinco meses, com três turmas (manhã, almoço e tarde), prometendo ensinar noções básicas de primeiros socorros, segurança e cidadania.
As inscrições custavam entre R$ 750 e R$ 1.000. Estima-se que ao menos 11 pessoas já tenham registrado boletins de ocorrência, mas o número de vítimas pode ser ainda maior — há relatos de que mais de 100 famílias chegaram a efetuar o pagamento.
No dia previsto para o início das atividades, pais e crianças compareceram ao local indicado, mas não encontraram estrutura, instrutores ou qualquer sinal da existência do curso. Em meio ao tumulto e indignação, muitos se reuniram e seguiram à delegacia para denunciar o crime.
Durante a ação policial, três veículos utilizados pelos golpistas foram apreendidos, além de uma cobra da espécie jiboia, que era apresentada durante as palestras para reforçar a imagem de um projeto oficial e despertar a curiosidade das crianças.
O caso agora está sob investigação da Polícia Civil, que busca identificar todas as vítimas e apurar se há mais envolvidos. A orientação é que pessoas que tenham sido lesadas pelo suposto curso procurem a delegacia mais próxima para registrar o boletim de ocorrência.
As autoridades reforçam o alerta para que a população esteja atenta e desconfie de cursos que cobrem valores elevados sem apresentar vínculo oficial com instituições públicas ou comprovada idoneidade.
Fonte: Portal da Cidade Registro