Vale do Ribeira SEBRAE
Seminário incentiva remanescentes de quilombos a iniciar produção de mel
Realizado pelo Sebrae-SP em parceria com Senar, Sindicato Rural do Vale do Ribeira, Fundação Florestal e Faesp, evento reuniu mais de 40 participantes
26/11/2024 14h48 Atualizada há 5 horas
Por: Redação Fonte: Monica Bockor

Reconhecido pelas propriedades nutricionais e terapêuticas, o mel integra um setor com grande potencial de crescimento, além de trazer muitos benefícios para a agricultura e o meio ambiente. Com o objetivo de incentivar e capacitar remanescentes de quilombos e produtores do Projeto PSA Juçara a iniciarem a produção de mel com abelhas sem ferrão, o Sebrae-SP realizou o IV Seminário de Meliponicultura e Apicultura do Vale do Ribeira. O evento foi promovido em parceria com o Senar, Sindicato Rural do Vale do Ribeira, Fundação Florestal e Faesp, com apoio da Pronatu, Apivale e Prefeitura de Eldorado.

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Realizado na sexta-feira, 22/11, no Centro Comunitário do Bairro Castelhano em Eldorado, o Seminário reuniu mais de 40 produtores quilombolas, grande parte deles participantes do PSA Juçara, projeto desenvolvido pela Fundação Florestal com apoio do Sebrae-SP, que remunera pelo plantio e manutenção das palmeiras.

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Além de ser uma grande aliada para a agricultura familiar e para a preservação da biodiversidade nativa, pois a polinização realizada pelas abelhas promove o aumento da produção vegetal, as floradas nativas e típicas da Mata Atlântica são um diferencial que agrega valor regional ao mel", destacou o consultor de negócios do Sebrae-SP Lucas Carnio. Segundo ele, o manejo das abelhas melíponas (sem ferrão) é mais seguro, pois oferece menos riscos de acidentes, e existem muitas espécies de abelhas nativas que podem ser atraídas e cultivadas.

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O especialista em Meliponicultura e Apicultura do Senar, Edson Sampaio, explicou que as espécies de abelhas sem ferrão Jataí e Mandaçaia são as mais comuns no Vale do Ribeira. “A produção de mel dessas espécies é menor, mas possui um valor agregado bem maior no mercado consumidor”, ressaltou. Edson atende 30 produtores da região com assistência técnica, ensinando a aumentar a produção e a precificar o mel e seus derivados, levando em conta a mão-de-obra e a depreciação dos materiais utilizados.

Oportunidade

No Seminário em Eldorado, os participantes aprenderam a fazer caixa isca e captura de enxames de abelhas sem ferrão, além de receberem orientações sobre alimentação de abelhas, manejo e transferência de enxames.

Agricultora do Quilombo de Nhunguara, Rosana de Almeida disse que o curso foi muito útil. “Eu tenho produção de mel de abelhas com ferrão, mas a gente produz meio na intuição. Aqui aprendi muita coisa. E quero começar a produzir também com abelhas sem ferrão, que ajudam a polinizar e aumentar a produção na agricultura e também das palmeiras de Juçara”, revelou.

Já o produtor Reginaldo de Moraes, do Quilombo Pedro Cubas, quer agregar a produção de mel como atrativo turístico. “Precisamos aproveitar essas oportunidades que o Sebrae nos dá para aprender e ver o potencial que nós temos. A polinização das abelhas aumenta a produção de Juçara e ajuda a atrair mais pássaros e animais silvestres. Nós já estamos acostumados a ver, mas para os turistas tudo isso é um grande atrativo, inclusive a produção de mel”.