Em sentença prolatada no último dia 2 de agosto, o juiz Bruno Terra condenou, em Iguape, um réu por reiteradas práticas de estupro e de abuso sexual contra sua enteada a mais de 54 anos de prisão, bem como a indenizar a vítima em R$ 100 mil. Nos autos, a promotora Fernanda Riviera Czimmermmann comprovou que os atos ilícitos tiveram início quando a menina tinha apenas 12 anos de idade.
O padrasto mantinha controle sobre quase todos os aspectos da vida da vítima, incluindo suas amizades, os contatos que poderia ter, as músicas que podia ouvir e o uso de seu aparelho celular. Restou também comprovado que o réu criou um personagem para estabelecer contato com a vítima, dizendo a ela que, para livrar sua mãe de uma espécie de feitiço, a menina deveria manter relações sexuais com o padrasto até completar 18 anos. Ela não suspeitava que era o próprio réu que se fazia passar por outra pessoa.
Depois que a menina chegou à maioridade, os abusos continuaram, agora sob ameaças de que a mãe dela poderia morrer em caso de uma negativa sua. "Em suma, não há dúvidas de que o réu, sob a falsa identidade, se apresentava como guia espiritual para o núcleo familiar composto por ele, a vítima e sua genitora, a fim de manipular ambas e de praticar os crimes que lhe são imputados. Assim, há firme e segura demonstração da responsabilidade do réu pela conjunção carnal e atos libidinosos praticados com a vítima", escreveu o magistrado na sentença.
Fonte: MPSP