Educação São Paulo
Alunos de escola estadual criam foguetes com materiais recicláveis e vencem competições
Estudantes da escola Vilma Catharina Mosca Leone estão classificados para etapa nacional; projeto trouxe meninas para a ciência O post Alunos de es...
13/07/2024 10h07
Por: Redação Fonte: Secom SP

O projeto “Aero Vilma”, desenvolvido por estudantes da Escola Estadual Vilma Catharina Mosca Leone, de Praia Grande, tem se destacado nacionalmente na criação de foguetes feitos com materiais reciclados. Desde 2021, mais de 200 estudantes já participaram do projeto, com 40 atualmente envolvidos. A iniciativa é coordenada pelos professores de física e química da escola e tem sido uma ferramenta eficaz de aprendizado interdisciplinar e inovação.

Os foguetes são feitos principalmente de garrafas PET e outros materiais recicláveis. Além de promover a conscientização ambiental, o projeto integra a metodologia Steam (na tradução, um acrônimo das palavras ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática), proporcionando um aprendizado prático e colaborativo entre alunos nestas áreas do conhecimento.

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De acordo com o diretor da escola, professor Daniel Nhani, “o projeto não apenas incentiva a excelência acadêmica, mas também tem um impacto positivo na vida dos estudantes, especialmente aqueles de comunidades vulneráveis. Muitos alunos que fazem parte do projeto melhoraram seu desempenho escolar e encontraram novas motivações para o futuro.”

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Os estudantes do “Aero Vilma” vêm acumulando prêmios significativos. Em abril de 2024, a equipe conquistou o segundo lugar na Copa Sudeste com um lançamento de 445 metros e o terceiro lugar com 437 metros. Em 2022 e 2023, os alunos do “Aero Vilma” foram campeões em suas categorias da MOBFOG (Mostra Brasileira de Foguetes) e já estão classificados para a próxima edição, que ocorrerá em agosto deste ano, no Rio de Janeiro.

As equipes premiadas incluem Matheus Costa Cerda e Miguel Souza de Oliveira (2º lugar), Jhonnatha Cristovam de Miranda, Marlon Brito da Silva e Bianca Croce Sá (3º lugar), e Samantha Ingrid da Silva Bruno e Karla Bastos Faustino (4º lugar).

Marlon Brito da Silva, de 18 anos de idade, integra o projeto desde o seu início. “Ao longo dos três anos de desenvolvimento desse projeto, o meu interesse por essa área foi evoluindo e quero continuar meus estudos na área de engenharia aeroespacial”, conta o jovem, que ganhou uma bolsa de estudos para iniciação científica da MOBFOG.

A dupla de Marlon nas competições, Jhonnatha Cristovam de Miranda, já foi convidado a cursar o ensino superior na área mesmo antes de formado. O jovem cientista ganhou uma bolsa de estudos na Facens, a Faculdade de Engenharia de Sorocaba.

>Estudantes do “Aero Vilma” vêm acumulando prêmios significativos

Recorde

Os foguetes dos estudantes da EE Vilma Catharina Mosca Leone já foram além. O recorde foi alcançado neste ano, com 453 metros, e é resultado da equipe feminina, chamada de “Aero Vilma Girls”, que venceu a Amerifog 2024, a Copa Americanense de Foguetes.

As jovens têm alcançado resultados importantes nas competições, mas também dentro da escola, uma vez que o projeto aborda a igualdade de gênero na ciência e também tem mudado a relação das estudantes com o ambiente escolar e com as práticas de ensino-aprendizagem.

Samantha Ingrid da Silva Bruno, de 18 anos de idade, confirma. “Faço parte do projeto desde 2022 e no começo não levei a sério, agia como se fosse uma brincadeira. Com o passar do tempo, meus professores demonstraram o poder da ciência nesse projeto e como aqueles simples lançamentos poderiam tornar as coisas importantes. Eu comecei a focar no projeto com o objetivo de fazer melhorias nos foguetes, parei de faltar às aulas e cada vez mais entendo a importância das mulheres na ciência”, afirma uma das estudantes por trás do recorde alcançado pela escola.

Alunos do Aero Vilma querem ir além

O diretor Daniel conta que, atualmente, o projeto “Aero Vilma” está no nível 4 de lançamento e avança para o nível 5, quando o foguete pode ser lançado verticalmente, podendo atingir mais de 1 km de altura. Nesta categoria, o artefato é construído com diversos tipos de materiais como fibra de vidro ou carbono, equipado com instrumentos avançados para medir a altura (altímetro) e programados com algoritmos em placas arduino, além de paraquedas para segurança na queda.

Recentemente, o projeto foi aprovado para participar da LASC (Latin American Space Challenge ou Desafio Espacial Latino-Americano, em tradução livre), segundo maior evento do gênero no mundo, para lançar seus foguetes no nível 5. Das cinco vagas no desafio, três foram destinadas à escola Vilma Catharina, que será representada pelas equipes Starship, Girls e Gênesis representarão nosso país na competição.

“Nossos estudantes estão prontos para conquistar outros espaços com seus foguetes e tudo que têm aprendido. Além dessa competição internacional, eles estão prontos para compartilhar o conhecimento que adquiriram com esse projeto para alunos de outras unidades de ensino, principalmente de escolas públicas. Portanto, estamos à disposição para replicar o aprendizado para com escolas que tiverem interesse no assunto”, convida o diretor da escola Vilma.