A enfermeira Maristela Cardona assumiu o cargo de prefeita de Ilha Comprida após a cassação do mandato do então prefeito Geraldino, em uma sessão histórica na Câmara Municipal que durou mais de 12 horas.

A decisão foi tomada após a leitura integral do processo de 485 páginas pela Comissão de Investigação e Processante (CIP 1/24), seguida pela manifestação de três vereadores e da defesa de Geraldino, que durou quase duas horas. A votação resultou em 7 votos favoráveis à cassação e 2 contrários.

Com a vacância do cargo, o presidente da Câmara, vereador Fábio Tonon, decretou a posse imediata da então vice-prefeita Maristela Cardona, promulgou o Decreto Legislativo nº 220/2024 e oficializou a troca de comando na prefeitura de Ilha Comprida.

Em nota, Geraldino disse que sua cassação foi motivada por não ter escolhido o pré-candidato apoiado pelos vereadores. Disse que os sete vereadores que votaram pela sua cassação agiram por motivos pessoais e estritamente políticos, uma vez que seu grupo não escolheu o candidato apoiado por eles. Geraldino Júnior afirmou que irá recorrer da decisão na Justiça e confia em sua breve volta ao cargo, uma vez que as alegações apontadas para a cassação não têm “justa causa” e foram motivadas “por interesses pessoais e eleitorais”. 

“Essa é uma cassação política porque não houve corrupção, desvio de recursos, nada disso. Estou sendo cassado acusado de sonegar informações, não responder a Requerimentos, mas nunca sonegamos informações aos vereadores. Ao longo dos sete anos e quatro meses de gestão, as portas do Gabinete do Prefeito e de todas as Secretarias e Departamentos estiveram sempre abertas para receber e prestar todos os esclarecimentos aos vereadores, inclusive, com prioridade, numa relação de respeito, cordialidade e reconhecimento da importância do trabalho do Legislativo. Os questionamentos, perguntas e dúvidas eram prontamente respondidos/esclarecidos pelos gestores”, disse o prefeito. 

Como prova, Geraldino Júnior transcreveu falas dos vereadores em questão na Câmara onde confirmam que as portas da Prefeitura sempre estiveram abertas para o Legislativo, elogiam diretores e apontam a relação de diálogo e transparência das ações do Executivo :“Tudo mudou com a nossa decisão de apoiar candidato diferente deles, o que é injusto e perseguição política. Esses vereadores, neste momento pré eleitoral, querem parar a cidade, enquanto deveriam, pelo bem da população, terminar a obra da Câmara que parada há três anos por questões judiciais. As pessoas assistiram a sessão de Câmara em pé, na porta de fora, em razão da obra inacabada”.

Geraldino Júnior também afirmou que a presidência da Câmara não cumpriu o seu dever de identificar o que é Requerimento e o que é Indicação. Segundo ele, todos os Requerimentos foram respondidos, mesmo que fora do prazo, justamento porque as informações sempre foram dadas pessoalmente pelos secretários e diretores aos vereadores.