No mês dedicado à conscientização para detecção precoce do câncer de mama, o Hospital Regional de Registro (HRR) preparou uma programação especial para colaboradoras e colaboradores. Com foco no autocuidado, as atividades foram promovidas nos dias 19 e 20 de outubro pelos setores de Educação Permanente e Comunicação, com apoio de diversos voluntários.
Colaboradoras dos plantões diurno e noturno tiveram acesso a massagem relaxante, quick massage, drenagem facial e sessões de auriculoterapia com as esteticistas e massoterapeutas Maria do Carmo S. de Lemos, Eliane de Lara Silva Dias, Simone de Lara França, Silvana Maciel Araújo Costa e Tatiane Muniz de Andrade Francisco. Teve ainda automaquiagem com a consultora Gabriela Almeida e design de sobrancelha com Sullyvan. Atuando de forma voluntária, os profissionais realizaram cerca de 250 atendimentos nos dois dias de programação.
No dia 19, a ginecologista e obstetra Dra. Ana Carolina M. G. Dias Sampaio falou sobre câncer de mama e câncer de colo de útero. E no dia 20, foi a vez da mastologista Dra. Silvia dos Reis Oyadomari esclarecer as dúvidas sobre a doença. As médicas abordaram os sinais e sintomas, formas de tratamento e prevenção. Ambas destacaram a importância de evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente e fazer o autoexames das mamas.
Para a enfermeira do plantão noturno, Claudineia Antiqueira, a programação resgatou o autocuidado. “A minha melhor experiência dos últimos tempos. Mais uma vez o HRR se superou na arte de cuidar de gente que cuida de gente. As ações do Outubro Rosa foram maravilhosas. Muita informação, muito cuidado. E resgatou a ideia de autocuidado, tanto na saúde, quanto na autoestima das mulheres. Parabéns a todos os envolvidos!”.
Coordenadora da UTI Pediátrica, a enfermeira Danielle Miyashita revelou que, tanto ela quanto as colaboradoras do setor gostaram muito de participar. “Foi gratificante. Com todo o estresse do dia a dia, poder ter um momento de beleza e relaxamento foi muito bom. A campanha destacou o quanto é importante o autocuidado”.

CAIXINHA DE DÚVIDAS
Entre os dias 1 e 13 de outubro, o HRR deixou uma caixinha de dúvidas para que os colaboradores pudessem fazer perguntas sobre o câncer de mama. Segue abaixo as respostas enviadas pela mastologista Dra. Silvia dos Reis Oyadomari.

1) Já retirei um nódulo benigno e agora apareceram mais 4 na mesma mama. Estou acompanhando o crescimento. Qual é o risco de ser maligno? Questiono pois, na primeira vez, só feito a biopsia após a retirada do cisto. E o nódulo estando na mama, como o médico identifica o grau de gravidade?
Nódulos sólidos menores que 2cm e Ultrassom Birads 3, em mulheres <=40anos = seguimento com USG semestral /Mamografia anual para avaliar crescimento. Se crescer, indica-se punção por agulha fina ou biópsia por agulha grossa. Em mulheres >40 anos e nódulos sólidos menores que 2cm, indica-se punção agulha fina ou biópsia. Em caso de tumores benignos “complexos” à biópsia indica-se a retirada cirúrgica pois há leve aumento de risco (RR=3,1) de desenvolvimento de câncer mama. Este risco aumenta para RR =3,9 se houver associação à história familiar positiva para câncer de mama.

2) Cisto na mama pode evoluir para um tumor maligno?
Cistos simples são benignos. Microcistos agrupados em mulheres na perimenopausa e cistos complexos devem ser investigados ,pois podem ser lesões malignas.

3) Qual a diferença entre um cisto e um tumor?
O cisto mamário poderia ser considerado uma dilatação progressiva da unidade ductolobular terminal preenchido por líquido e um tumor mamário é uma área com proliferação anormal das células causando um crescimento no volume podendo ter componente líquido, sólido ou misto.

4) A partir de quanto tempo da doença começa a aparecer sintomas? Há alteração em hormônios relacionados a aumento de pelos? Dificuldades físicas?
As células com alterações (mutadas) podem levar de 7 a 10 anos para que se tornem um nódulo de 1cm. Há vários subtipos de câncer de mama, com comportamentos variáveis. Pode ser difícil perceber alterações no exame clínico, daí a importância da mamografia. Sim, normalmente na síndrome dos ovários policísticos pode haver alterações na testosterona, podendo levar a aumento de pelos (mas aqui não dá para afirmar que haja relação com câncer de mama). Dificuldades físicas no câncer de mama ocorrem normalmente quando já há metástases.

5) Quais os sintomas e sinais de câncer de mama?
Nódulo palpável, inchaço e vermelhidão, alterações nos mamilos como retrações ou inversões dos mesmos, saída de líquidos transparentes ou hemorrágicos dos mamilos e aumento de gânglios na axila ou supraclavicular.

6) UlTrassom substitui a mamografia?
Ainda não.

7) US mamário tem que ser feito de quanto em quanto tempo?
Anual a partir dos 25 anos em pacientes de risco. Anual após os 40 anos quando as mamas são densas, complementar à mamografia.

8) O uso de anticoncepcional aumenta o risco de câncer de mama?
Sim.

9) O câncer de mama tem cura?
Sim, se detectado em estágios iniciais.

10) O uso de silicone aumenta o risco de câncer de mama?
Não. Há casos raros de linfoma.

11) O câncer pode voltar mesmo após a mulher ter alta?
Pode.

12) Quais os fatores de risco mais importantes na causa do câncer de mama?
Ser mulher, primeira menstruação antes dos 12 anos e a última após os 55 anos, nuliparidade ou primeira gestação após os 35 anos, uso de hormônios combinados, história familiar câncer mama e / ou ovário, sobrepeso ou obesidade na menopausa, tabagismo, alcoolismo.

13) Ingerir bebida alcoólica aumenta o risco de câncer de mama?
Sim.

14) Depilação à laser na axila causa câncer de mama?
Não.

15) Com qual idade devo fazer mamografia?
A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda mamografia de rotina a partir dos 40 anos e em casos selecionados alguns anos antes.

16) Tenho nódulo na mama com saída de secreção escura. Já fui na cidade onde resido mas não tem médico para assinar guia para mamografia. Como posso fazer?
Para agendar a mamografia no AME, basta ligar para o telefone 0800 779 0000. É importante que a mulher tenha em mãos o número do cartão SUS, endereço, telefone, data de nascimento e nome completo dos pais.