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Deputada pede respeito no debate dentro das universidades
Mediadora de uma audiência pública que discutiu a violência nas universidades por intolerância à diversidade de pensamento, a deputada Adriana Vent...
09/05/2024 19h01
Por: Redação Fonte: Agência Câmara

Mediadora de uma audiência pública que discutiu a violência nas universidades por intolerância à diversidade de pensamento, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) defendeu o debate respeitoso de ideias e a liberdade de divergir nos espaços de ensino. Ela também condenou casos de violência protagonizados por estudantes com pontos de vista opostos sobre a política brasileira ou mesmo sobre o conflito em Israel.

“Existe uma ideia dominante e parece que ninguém pode pensar diferente. Nosso País, com diversidade cultural e intelectual, não pode ser condenado à mediocridade de ter um pensamento único. Não pode se sujeitar a uma ditadura seja de esquerda, seja de direita, seja qualquer ditadura de pensamento”, declarou a parlamentar no debate promovido pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (9).

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Adriana Ventura também disse que todo mundo pode pensar do jeito que quiser, que é o que torna as pessoas diferentes. “Na minha turma, eu adoro quem diverge. Se você tiver divergência, levante a mão, coloque o seu pensamento”, disse ela, que também é professora universitária.

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Depoimentos
Na audiência, estudantes “de direita” declararam ter sido vítimas de violência, em eventos estudantis, por pensar diferente de estudantes “de esquerda”.

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“Desde 1985, as universidades foram tomadas pelas forças de extrema esquerda, que não abrem espaço pra debate democrático”, apontou a diretora nacional da União Juventude e Liberdade, Letícia Perfeito. Ela disse ter “apanhado em ambientes pseudodemocráticos”.

Representante do Movimento Brasil Livre (MBL) na audiência, João Victor Bettega acrescentou que “aluno de direita não tem a liberdade de dar sua opinião política” em ambientes onde a maioria dos estudantes e dos professores são “de esquerda”.

Por sua vez, o diretor de relações institucionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marcelo Acácio, disse que a entidade repudia atitudes de agressão e está aberta a todos os estudantes do Brasil.

“Dentro da própria entidade, existem discordâncias. Pra nós não é fugir do debate com quem tem ideias diferentes, mas encontrar um consenso dentro das possibilidades reais pra todo mundo. Isso que fortalece a União Nacional dos Estudantes, uma entidade com compromisso com a história e a democracia no Brasil”, destacou Acácio.

Debate embasado
Em sua fala, o ex-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) Ricardo Marcelo Fonseca disse que as universidades são espaço de debate e de construção do conhecimento, o que passa pela discordância. O confronto de ideias, no entanto, pressupõe embasamento, preparo, método e consistência nas posições.

“Universidades não significam um vale-tudo. Vivemos um tempo de polarizações e opiniões as mais absurdas – às vezes terraplanistas, negacionistas – que entram no debate se travestindo de ciência. Sendo um lugar de discussão aberta, temos que calibrar esses conceitos de liberdade de expressão e diversidade de pensamento dentro desse filtro”, afirmou.

Fonseca disse ainda que os casos de intolerância e violência devem ser punidos pelas instituições e que não se trata de uma exclusividade brasileira.

Polarização
A polarização dos pensamentos também foi apontada pelo gerente de Estratégia e Política da organização de combate ao antissemitismo StandWithUs Brasil, Bruno Bimbi. A reflexão dele foi no sentido de retomar o diálogo, recuperar o respeito e substituir o xingamento pelo argumento.

Bimbi também criticou os acampamentos contrários a Israel em diversas universidades do mundo, com assédio a alunos e professores judeus que não são responsáveis pela guerra.

“Tem uma galera que acha que Israel é intrinsecamente má. Se você pensa dessa maneira, tudo o que vem de Israel tem que ser combatido, seja um professor que vem dar uma aula, seja o filme da Mulher Maravilha, porque a protagonista é uma atriz israelense. A demonização produz a desumanização das pessoas. Essa é a base do ódio que produziu grandes tragédias na humanidade”, lamentou Bruno Bimbi.