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Política Blog e Coluna

"Aqui não, Elon Musk!", artigo de Wilson Pedroso

Afinal, em que parte do mundo grandes marcas vão concordar em manter relações comerciais com uma rede social que afronta a justiça e a democracia?

18/04/2024 às 15h16
Por: Redação Fonte: Wilson Pedroso é consultor eleitoral e analista político com MBA nas áreas de Gestão e Marketing
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"Aqui não, Elon Musk!", artigo de Wilson Pedroso
Elon Musk está preocupado. Ou pelo menos, deveria estar. Segundo tem sido noticiado pela imprensa internacional, o X, antigo Twitter, perdeu 71% do valor de mercado desde 2022, quando foi adquirido pelo bilionário sul africano. A crise enfrentada pela empresa é decorrente da saída de grandes anunciantes, que estrategicamente suspenderam a publicidade na rede social em retaliação a declarações ultra polêmicas, incluindo apoio ao antissemitismo, dadas por Musk.
 
Há informações de que o prejuízo envolvendo o X seria superior a U$ 270 milhões. Isso poderia explicar, em partes, porque Elon Musk parte para o desespero ao atacar o Poder Judiciário brasileiro e, mais especificamente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O empresário acusou Moraes de ditador e chama de censura as determinações judiciais para a suspensão de contas que supostamente espalham fakenews, desinformação e discursos de ódio.
 
Elon Musk não quer fechar perfis que, embora tenham conteúdo questionado, engajam e atraem o público. Na prática, o empresário não quer perder espaço no Brasil, que soma mais de 22 milhões de contas ativas no X, ficando atrás apenas de Estados Unidos, Japão, Índia, Inglaterra e Indonésia. Por não colaborar com a Justiça, Musk acabou incluído por Moraes no inquérito que apura a ação de milícias digitais contra a democracia. O magistrado determinou multa diária de R$ 100 mil para cada conta que a empresa reativar sem aval da Justiça.
 
Em reação, Musk fez mais ameaças recentemente. Disse que provavelmente perderá “todas as receitas no Brasil”, o que pode levá-lo a fechar o escritório do X no Brasil. Ou seja, é disso que se trata. Elon Musk já começa a prever que também por aqui suas atitudes excêntricas e pouco razoáveis o levarão a perder respeito, anunciantes e dinheiro. Afinal, em que parte do mundo grandes marcas vão concordar em manter relações comerciais com uma rede social que afronta a justiça e a democracia? Sinto informar-lhe, Elon, Musk, mas aqui, não!
 
O embate entre o SFT e o bilionário proprietário do X ganha maiores holofotes neste momento não apenas em razão das declarações polêmicas de Musk, mas especialmente pelo contexto que as envolve. A briga pressiona o Congresso a dar andamento na tramitação do projeto de lei que prevê a regulamentação das redes sociais no país. Soma-se a isso o fato de estarmos em ano de eleições, com grandes preocupações sobre a forma com que os novos recursos de tecnologia, incluindo a Inteligência Artificial, poderão impactar o processo eleitoral.
 
A regulamentação do ambiente virtual é uma tendência não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Essa discussão é urgente e fundamental, doa a quem doer.
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