Com 4 anos de idade, Samuel superou um quadro gravíssimo, impressionando inclusive os médicos do HRR. Ele foi trazido para a Unidade no dia 31 de julho, depois de sofrer uma queda em Miracatu. Chegou com edema cerebral e hematoma subdural agudo.
Imediatamente a equipe realizou todos os procedimentos necessários para preservar a vida do paciente e tratar a lesão causada no cérebro. Samuel foi sedado e intubado para receber maior aporte de oxigênio e recebeu medicações para ser mantido em coma induzido, visando reduzir o metabolismo cerebral e consequentemente o inchaço do cérebro (edema). Diante da gravidade do caso, na manhã seguinte o neurocirurgião Dr. Rafael Cordeiro dos Santos foi acionado para abrir o protocolo de morte encefálica. “Quando o Samuel chegou no hospital, ele estava sem reação nas pupilas e não tinha reflexos mostrando atividade neurológica. Pacientes que chegam nesse estado de gravidade têm uma taxa de mortalidade de 95%”, explica o neurocirurgião. Mas no primeiro teste clínico do protocolo, Samuel esboçou uma discreta reação. “Ele tinha pupilas reagentes e posição de descerebração, com pequenos movimentos a estímulos sensoriais”. A tomografia também mostrou que o caso de Samuel era cirúrgico.
“Realizamos a craniotomia descompressiva e a drenagem do hematoma subdural. A cirurgia foi feita para aliviar a pressão intracraniana e evitar que o cérebro, ao continuar inchando, sofresse outro trauma ao ser pressionado contra a calota óssea”, esclarece Dr. Rafael. A neurocirurgia ocorreu sem qualquer complicação e Samuel permaneceu em coma induzido por cinco dias até que a sedação fosse retirada aos poucos.
Para o Dr. Rafael, a qualidade do atendimento prestado pela equipe do HRR assim que o paciente chegou no hospital fez toda a diferença na recuperação. “O manejo correto com intubação, ventilação e as medicações contribuíram para o tratamento da lesão secundária. O diferencial foi a UTI Pediátrica”, ressalta o neurocirurgião. “A recuperação do Samuel foi totalmente atípica para casos tão graves como esse. Mesmo recuperados do trauma inicial, normalmente os pacientes têm complicações e ficam pelo menos 60 dias internados, mas em um mês o Samuel já teve alta”, comemora o médico.
Segundo o Dr. Rafael, o menino ficou com dificuldade motora no lado esquerdo do corpo, mas que pode se reverter com a reabilitação. “Ainda é cedo para dizer, precisamos aguardar de três a seis meses para identificar possíveis sequelas permanentes. Mas criança se recupera rápido e o Samuel saiu daqui conversando, compreendendo e dando risada, o que para nós foi incrível”.
Se depender de força de vontade, logo o Samuel volta a andar. Segundo a mãe, Rute Silva de Oliveira Andrade, o menino está cada dia melhor. “Ele tenta se levantar e fala que vai andar sozinho. Está uma graça, come e dorme muito bem”, revelou Rute, seis dias após a alta. Ela disse que se surpreendeu com o atendimento realizado no HRR. “A equipe já estava esperando quando o Samuel chegou encaminhado pelo Pronto Socorro de Miracatu. O atendimento foi muito rápido. Durante toda a internação, o atendimento foi excelente, só tenho a agradecer”, afirmou. “Eu achei que meu filho não ia conseguir, pois era um caso gravíssimo, muito delicado. Mas Deus me concedeu esse presente e ele renasceu. Agradeço a Deus e a toda equipe do hospital, a todos os profissionais. A recuperação do Samuel está sendo melhor a cada dia”.