Entretenimento Entretenimento
Pagã, exposição de Kelly Reis, lança olhar para encontros religiosos no Brasil
Organizada por três mulheres negras, a artista Kelly Reis, a curadora Maria Luiza Meneses e a produtora Letícia Souza, a exposição “Pagã” traduz a ...
14/03/2024 11h46
Por: Redação Fonte: Agência Dino

Segundo a curadora Maria Luiza Meneses, a série “Pagã”, que dá nome à exposição, recupera a palavra latina utilizada para nomear quem possuía práticas espirituais diferentes das tradicionais, com forte presença de cultos à natureza. Ao mostrar similaridades e repetições simbólicas entre religiões, Kelly convida o público a refletir sobre intolerância e liberdade religiosa, o apagamento de conhecimentos de origem africana, afro-brasileira e indígenas, com enfoque no Brasil e demais países da América Latina, passando por saberes orientais japoneses.

 

Continua após a publicidade
Continua após a publicidade

A exposição nasceu de uma pesquisa da artista sobre as dinâmicas de mestiçagem tanto biológica como cultural. (Eduardo França Paiva no livro Religiões, Religiosidades, Escravidão Mestiçagens).  

Continua após a publicidade

 

Continua após a publicidade

Pagã é a pessoa que tem como ídolo seres relacionados à natureza ou que possuem uma espiritualidade fora do convencional. Na era colonial havia a imposição de ser católico e as outras pessoas eram pagãs. A palavra pagã foi sempre vista de forma negativa, mas é apenas uma forma de mistura. Mesmo os colonizadores se apropriaram de alguns saberes, sejam indígenas ou africanos, e os agregaram ao catolicismo.

 

Continua após a publicidade

''Eu sou mineira, de família simples e católica, parte evangélica. A minha família sempre foi católica, mas ao mesmo tempo, buscava a cura com benzedeiras. Toda essa vivência familiar e toda minha experiência pessoal me fez pensar sobre esse hibridismo religioso'', complementa a artista.

 

Continua após a publicidade

As mulheres foram as mais violentadas no processo de supressão da religiosidade delas. E foram mortas, algumas obrigadas a dizer que eram feiticeiras ou foram obrigadas a dizer que tinham envolvimento com o demônio. Muitas foram mortas por terem saberes relacionados a plantas e ervas medicinais. ”Quero trazer outro significado para a palavra pagã. A exposição fala da mulher indígena e negra, que é integrada à natureza, e que consegue perceber que as religiões estão integradas. É possível conviver com todas essas diferenças sem ter que suprimir alguma”, destaca Reis.

 

Continua após a publicidade

“Eu sempre representei nos meus grafites mulheres indígenas, mestiças e negras. Com a obra 'Mestiça' (2022), apresentada na 5ª Bienal Internacional de Graffiti & Fine Art, eu comecei a pesquisar mais a fundo essa dinâmica de mestiçagem”, afirma Kelly.

 

Continua após a publicidade

A exposição apresenta 40 obras, integrando pinturas em tela, com tinta acrílica e spray, alguns murais e pequenas esculturas criadas a partir de latas de spray. A exposição é patrocinada pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Entrada gratuita.

 

Continua após a publicidade

Por meio de grafites, pinturas e desenhos, a artista Kelly Reis investiga como os processos de colonização e miscigenação promoveram integrações religiosas e culturais que resultam em práticas que cruzam os limites de uma ou outra religião.

 

Continua após a publicidade

"Pular sete ondas no mar, pedir bênção, dar ou receber passe para equilíbrio energético, são algumas ações praticadas por pessoas de diversas religiões. Nesse sentido, mesmo com suas origens rastreáveis, muitas práticas são adotadas por grupos distintos'', segundo a curadora Maria Luiza de Meneses.

 

Continua após a publicidade

O grafite de Kelly Reis é denominado “onírico” porque se relaciona com o surrealismo latino-americano, uma vez que as imagens criadas pela artista são advindas de sonhos, processos meditativos e práticas espiritualistas. Utiliza símbolos que possuem significados diferentes em cada religião para mostrar a importância de conhecer e respeitar as diversas práticas espirituais e culturais. (Meneses)

 

Continua após a publicidade

 

Sobre a artista Kelly Reis 

 

Continua após a publicidade

Artista plástica, arte educadora, atua no graffiti há dez anos. Graduada em educação artística pela FAAC-UNESP e pós-graduada em arteterapia e terapias expressivas pelo IA-UNESP, é estudante do curso de psicologia analítica com ênfase em mitologia, contos e arte pelo Instituto Freedom.

 

Continua após a publicidade

Participa de eventos e festivais utilizando a técnica do graffiti e arte mural dentro e fora do Brasil e criou grande empenas em espaços e projetos como o CEU Vila Atlântida no projeto Estamos Vivxs.

 

Serviço 

 

Continua após a publicidade

Exposição “Pagã” 

 

Continua após a publicidade

Local: Tendal da Lapa

 

Continua após a publicidade

Endereço: Rua Guaicurus, 1100 - Água Branca, São Paulo – SP

 

Continua após a publicidade

Data: de 16 de março a 30 de abril

 

Continua após a publicidade

Horário de funcionamento:

 

Continua após a publicidade

Abertura da exposição (16/03): das 18h às 21h

 

Continua após a publicidade

Terça-feira, quinta e sexta: das 09h às 18h

 

Continua após a publicidade

Quarta feira: das 09h às 20h

 

Continua após a publicidade

Sábado: das 09h às 15h

 

Continua após a publicidade

Classificação: livre

 

Continua após a publicidade

Entrada gratuita. 

 

Continua após a publicidade

Patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo

 

Continua após a publicidade