Uma noite memorável para o Litoral do Paraná não esquecer. Como já era esperado, o cantor Luan Santana e o grupo É o Tchan, expoentes da música brasileira, levaram uma multidão de fãs para os palcos do Verão Maior Paraná em Matinhos e Pontal do Paraná. Segundo estimativas da Polícia Militar, quase 180 mil pessoas estiveram presentes nos dois shows, que marcaram o início da segunda semana de apresentações nacionais gratuitas nas praias paranaenses na noite desta sexta-feira (19).
Na praia de Caiobá, cerca de 136 mil pessoas – mais de três vezes a população da própria cidade – cantaram em um coral gigantesco acompanhando grandes sucessos da carreira de Luan Santana. O fenômeno do sertanejo pop não decepcionou o público presente, tocando músicas como "Morena", “Coração Cigano” e outros sucessos que embalam playlists Brasil afora. Além da multidão presente, o show também foi transmitido ao vivo pela TV Paraná Turismo e a Band.
Esta é a primeira vez que o cantor trouxe ao Litoral do Paraná o seu novo show, Luan City 2.0, e se disse contente com a receptividade do público e a estrutura montada na praia, prometendo voltar mais vezes se convidado. “O evento tá realmente incrível e pra gente é muito legal quando tem toda uma estrutura para conseguir entregar o nosso melhor. Eu acho que o show gratuito é diferente, é para todo mundo, todas as classes, raças e credos, então pra mim é maravilhoso trazer a minha música para um ambiente assim”, afirmou.
A cantora Maria Eduarda considera Luan Santana uma grande inspiração musical. Ela chegou bem cedo junto com a família de Curitiba ao palco do Verão Maior Paraná e era uma das fãs do mar de gente com faixas do cantor na cabeça. “Eu virei fã dele ano passado. Esse show foi incrível, o melhor da minha vida. Vim com meu pai, minha mãe e minha irmã, chegamos bem cedo”, revelou.
Outra que chegou ainda de dia foi a estudante Gabriela Barduzzi, que veio de Londrina apenas para ver de perto o cantor, a quem acompanha há quase uma década. No palco, ele inclusive saudou a cidade, que tem uma conexão com a sua trajetória. “Eu sou fã dele desde 2015 e cheguei ontem só para o show”, contou Gabriela, dizendo ter gostado também da praia e da estrutura montada. “É muito gostoso aqui em Caiobá, a praia é uma delícia, o calçadão também, tudo muito bonito".
Natural de Matinhos, o copeiro Cauã Andrei decidiu emendar o passeio na praia com o show do Luan Santana, de quem virou fã por influência da mãe. “Cheguei às 10 horas e fiquei direto para o show. Me preparei com cadeira, guarda-sol e água para aguentar até o final”, disse, elogiando o fato da cidade oferecer atrações gratuitas com grandes artistas nacionais. “Aqui em Matinhos nunca tivemos eventos tão grandes como esses”.
Para aliviar o calor, o Governo do Estado e a Sanepar entregaram 10 mil copos de água e reforçaram a divulgação das Ilha de Hidratação, com água gratuita. Com apoio das forças de segurança, o show com fogos, choros, suor e muita emoção transcorreu em tom de festa, uma das maiores que o Litoral já viu.
CARNAVAL ANTES DO CARNAVAL– Sob o comando de Compadre Washington e Beto Jamaica, o É o Tchan levou 42 mil pessoas a Pontal do Paraná e entonou os grandes clássicos do grupo que tem tudo a ver com o verão e o carnaval, que acontecerá a menos de um mês. Os turistas e moradores lotaram o Centro de Eventos Marisol e dançaram animados ao ritmo de “Pau Que Nasce Torto”, “Ralando o Tchan”, “A Tomada” e “Na Boquinha da Garrafa”.
Compadre Washington disse que a gratuidade do show é uma forma de democratizar o acesso aos artistas. “Para gente é gratificante tocar para o povão, que não tem condições de pegar um ingresso caro e que pode curtir com o apoio do Governo do Estado e da prefeitura”, disse. “É a nossa primeira vez em Pontal do Paraná, mas nós pudemos sentir o calor das pessoas e esperamos voltar mais vezes”, completou o irreverente vocalista, que brincou no palco durante toda a apresentação.
Com mais de 30 anos de carreira, o É o Tchan tem fãs de várias gerações, o que pode se comprovado em Pontal do Paraná, com pais e filhos aproveitando juntos o momento. “Tem muita gente que cresceu vendo a gente na TV e fizeram com que os filhos nos conhecessem também, então a gente fica muito feliz em ter essa renovação do nosso público e também nos preocupamos em continuar produzindo coisas novas”, afirmou Beto Jamaica.
A atendente comercial Eduarda Daiane da Silva conta que é fã do grupo desde criança. Por isso, ela e as amigas, que moram em Pontal do Paraná, confeccionaram roupas especificamente para o show, igual aquelas usadas pelas dançarinas nos primórdios do grupo, nos anos 1990, com a loira e a morena. “Minha infância foi dançando muito É o Tchan. Desde que soubemos que eles iam se apresentar aqui ficamos na expectativa. Fizemos as roupas iguais só para o show e chegamos bem cedo. Sabemos dançar todas as músicas”, disse.
Esse é o segundo ano em que a pedagoga curitibana Ana Cristina Pienta, que possui uma casa de veraneio na cidade, aproveita os shows do Verão Maior Paraná com a família em Pontal do Paraná. Ela considera que a estrutura e a segurança melhoraram ainda mais neste ano. “Esse ano está bem melhor, mais confortável e a gente se sente seguro em vir com a família, Gostei muito da programação tanto nos palcos principais quanto nos palcos Sunset, com músicos paranaenses de qualidade de vários gêneros”, completou.
O marido dela, Paulo Henrique Pienta, que é professor de artes, considera os shows uma valorização da cultura e da arte popular. “A gente veio para prestigiar não só os músicos principais do É o Tchan, mas toda a banda. Por ser uma programação gratuita, a a gente vê um espaço extremamente democrático, com pessoas podendo assistir artistas que dificilmente conseguiriam em outras situações”, enfatizou.
Tatiana Volpato assistiu ao show de Pontal do Paraná na área destinada às Pessoas com Deficiência (PCD), localizada diretamente na frente do palco, junto com uma das filhas, que é autista. “Hoje eu vim com ela, mas eu tenho três filhos autistas e os outros também já vieram em outros shows. Eu prefiro vir na área PCD porque tem mais espaço em volta e as crianças ficam mais confortáveis, sem medo de estarem no meio do público, então elas conseguem aproveitar bastante”, arrematou.