O senador Eduardo Girão (Novo-CE), em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (21), voltou a lamentar a morte de Cleriston Pereira da Cunha, na segunda-feira (20). Cunha estava preso na penitenciária da Papuda, acusado de participação nos ataques de 8 de janeiro. O senador destacou que a defesa do acusado já havia ingressado com pedido de liberdade, alegando que o preso era portador de comorbidades que poderiam ser agravadas na prisão.
— É algo de partir o coração, sua família, suas filhas [...] Esse pai de família já tinha, há dois meses e meio, por suas comorbidades comprovadas durante o processo, o pedido de soltura lá da Procuradoria-Geral da República [...] Com as atrocidades que estão acontecendo aos nossos olhos, é impossível que a gente possa colocar a cabeça no travesseiro, depois de participar disso, porque nós participamos disso — enfatizou.
O senador criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), enfatizando que, na opinião dele, a prisão preventiva de Cleriston é um “exemplo flagrante de desrespeito ao ordenamento jurídico brasileiro”. Segundo Girão, foi uma “tragédia humana", com a primeira vítima fatal da chamada "ditadura da toga" no país.
— Seus advogados não tiveram acesso aos autos, ele não teve ampla defesa, contraditório. E que prisão preventiva é essa de dez meses, com pedido de soltura na PGR? É muita injustiça o que está acontecendo no Brasil. Até quando nós vamos ser coniventes com isso? — questionou.