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Especialistas defendem liberação da produção de Cannabis para fins medicinais
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados Padre João (c) defendeu a modernização da legislação sobre o assunto A aprovação do plantio de Cannabis sati...
25/10/2023 08h35
Por: Redação Fonte: Agência Câmara de Notícias

A aprovação do plantio de Cannabis sativa para fins medicinais foi a maior reivindicação dos participantes de audiência pública sobre o tema promovida nesta terça-feira (24), pela Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados.

O autor do requerimento para a realização da reunião, deputado Padre João (PT-MG), por exemplo, cobrou a modernização da legislação, uma vez que os medicamentos disponíveis, que são importados, têm um preço muito elevado, não sendo acessíveis às famílias mais vulneráveis.

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“Muitos países já avançaram no processo do uso da maconha, não só medicinal, mas cosmético, avançaram na indústria têxtil, na agricultura. E estamos aqui, acuados por uma hipocrisia religiosa, negando aos pobres um medicamento tão importante”, declarou. A maconha é uma planta da espécie Cannabis sativa.

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Medicamentos produzidos
Na Câmara dos Deputados, o tema tramita na forma do Projeto de Lei 399/15, do ex-deputado Fábio Mitidieri (SE). Atualmente, existem no Brasil cerca de 25 medicamentos produzidos à base de cannabis, mas o plantio e a produção da maconha para fins medicinais são proibidos no País.

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Segundo estudos, o uso de medicamentos produzidos com a substância apresenta resultados positivos no tratamento de epilepsia, Alzheimer, Parkinson, dores crônicas e câncer, entre outras situações. Familiares relatam que os medicamentos reduzem a frequência de convulsões em crianças de dezenas de eventos por dia para um ou dois por semana.

 

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Gastos em saúde
O representante do Ministério da Saúde na audiência, Diego Ferreira, afirmou que a judicialização em relação à cannabis está fazendo com que a pasta gaste cada vez mais recursos que poderiam ser utilizados para garantir o acesso de mais pacientes a esses medicamentos.

“A conta só vem aumentado ao longo do tempo por compras extraordinárias, sem previsão no orçamento de estados e municípios, ou no Ministério da Saúde. Com isso, a gente não consegue ganhar em escala no valor final e, no final da fila, não consegue contemplar aqueles pacientes que são mais vulneráveis, mais vítimas da pobreza e com mais necessidade do medicamento”, declarou.

Acessibilidade
A representante da Federação da Associação de Cannabis Terapêutica, Ângela Gomes, lembrou que os medicamentos tradicionais são muitas vezes tóxicos e caros e a produção da cannabis, além de mais natural, faz com que o tratamento seja mais barato e acessível para todas as famílias.

“A gente não pode achar normal que a indústria farmacêutica produza com plantas, muitas vezes contaminadas com metais pesados, quando a gente pode ter uma agricultura familiar e orgânica com outros princípios, inclusive de agroecologia. O princípio da agroecologia não pode ficar restrito ao movimento associativista. As famílias têm que ter essa liberdade e esse direito”, argumentou.