Uma panela grande, água fervente e uma coleção de ossos, cartilagens e tendões de qualidade, provenientes de bovinos, aves, peixes e outros animais. Estes são os ingredientes básicos para a receita do tradicional caldo de ossos, rico em aminoácidos e colágeno.
Segundo a revista americana Healthline, especializada em nutrição e saúde, esse alimento medicinal antigo promete benefícios como emagrecimento, melhora na saúde da pele, imunidade e digestão. O segredo por trás dessas alegações está na riqueza de aminoácidos e colágeno presentes na receita.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o colágeno é essencial para a firmeza e elasticidade da pele, e sua produção natural começa a diminuir a partir dos 25 anos, o que pode resultar em linhas finas e mudanças no aspecto da pele. O caldo de ossos é apontado como uma fonte valiosa dessa proteína.
História e ciência por trás do caldo de ossos
É possível mapear a origem do caldo de ossos até o período pré-histórico, quando nenhuma parte dos animais era dispensada. Mas o que os ancestrais caçadores e coletores possivelmente não sabiam é que aquela era uma refeição rica em nutrientes importantes para a saúde, como proteínas, aminoácidos, e, principalmente, o colágeno.
Segundo a nutricionista integrativa Dra. Bianca Bonete, a melhor forma de colágeno está presente, justamente, nos ossos de bovinos e suínos. Ela afirma que durante o processo de fervura, o colágeno é extraído dos ossos animais e produz a gelatina, uma proteína derivada que dá origem à forma mais pura de colágeno. Por isso se ferve o caldo por longos períodos de tempo.
“Os ossos, tendões e tecidos dos animais liberam o colágeno e a gelatina de forma mais acessível para consumo, facilitando a digestão e absorção dos nutrientes pelo corpo, além de te ajudar a produzir seu próprio colágeno. Isso colabora para uma pele mais bonita e ajuda a prevenir problemas como acne e rosácea”, afirma Dra. Bianca, que é especialista em modulação intestinal e emagrecimento saudável.
Papel do caldo de ossos na perda de peso
Bianca conta ainda que, apesar de ser um alimento tradicional milenar, a fama do caldo de ossos é relativamente recente. “Notei há alguns anos, nas minhas idas aos Estados Unidos, que ele facilmente se tornaria uma tendência, principalmente entre os seguidores das dietas paleolítica, cetogênica e low-carb”, explica.
Segundo a especialista, o caldo de ossos tem baixo índice glicêmico, podendo ser um aliado em estratégias de perda de peso, como o jejum intermitente. “O caldo tem nutrientes anti-inflamatórios, como a glicina, que ajuda na reparação do intestino e combate a inflamação. E sabemos hoje que a inflamação é a ‘vilã número 1’ do emagrecimento e do envelhecimento saudável”, afirma.
De acordo com a nutricionista, por ser quente, espesso e pela concentração de proteínas, o caldo promove saciedade mesmo sendo baixo em calorias. “Controlando os níveis de açúcar no sangue, ele ajuda a reduzir a fome entre as refeições, além de não quebrar o jejum metabólico, facilitando a vida de quem segue esse modelo de dieta”, diz Bianca.
“A única desvantagem é que muitos desistem de incluir esse alimento na rotina por conta do longo tempo de preparo”, complementa a Dra. Bianca, que diz enfrentar esse desafio quando prescreve o caldo de ossos para seus pacientes.
Entretanto, já há opções no mercado para adquirir o caldo de ossos instantâneo, como é o caso da versão em pó. “É possível reproduzir os nutrientes essenciais do caldo de ossos em fórmulas de laboratório. Com essas versões disponíveis, o caldo fica mais acessível para consumo, sendo uma alternativa para aqueles que não querem passar o dia na cozinha”, conclui Bianca.