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Demência: mais de 1 milhão vivem com a doença no Brasil
Especialista em neurodesenvolvimento comenta dicas para rede de apoio das vítimas de demências como o Alzheimer, que podem ser prevenidas através d...
29/06/2023 13h21
Por: Redação Fonte: Agência Dino

Devido ao envelhecimento da população e aumento da expectativa de vida ao longo dos anos, estima-se que até 2050 o número de pessoas que convivem com alguma demência possa chegar a mais de 150 milhões, de acordo com estimativas do projeto Global Burden of Disease e noticiado pelo Ministério da Saúde. 

Um dos exemplos mais comuns é o Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que causa morte de células cerebrais e pode comprometer funções básicas como: memória, linguagem e algumas funções motoras. De acordo com Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil.

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Além do sofrimento causado propriamente às vítimas, as demências como o Alzheimer também podem impactar a rede de apoio dessas pessoas entre familiares e amigos. Muitas delas ainda não sabem de que forma lidar com alguns obstáculos do dia a dia ou uma melhor forma de se relacionar com pessoas que possuem a doença. 

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A especialista em neurodesenvolvimento e diretora do Instituto Neuro, Dra. Jéssica Cavalcante, comenta algumas dicas e informações importantes para os cuidados com essas pessoas que, mesmo estando cientes de suas próprias limitações em alguns casos, ainda sim podem se sentir agitados ou ansiosos. 

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“Indivíduos que vivem com demência comumente resistem à ideia de que estão enfrentando problemas com a memória ou outros aspectos cognitivos, como manter conversas ou realizar tarefas diárias. Além de, muitas vezes, temerem o futuro e se sentirem estigmatizados pelo diagnóstico de demência”, comenta a especialista.

Ela ainda relaciona uma série de dicas para o relacionamento diário ou situações desafiadoras com pessoas que convivem com alguma demência:

  1. Informação: antes de iniciar uma conversa sobre o assunto, é importante buscar informações para entender melhor o que aquela pessoa está passando, e preparar-se para eventuais reações ou perguntas.
  2. Ambiente tranquilo: os confrontos ou comunicações não assertivas podem gerar estresse e ansiedade, por isso, um ambiente calmo e sem distrações para a conversa é ponto muito importante. É preciso tentar programar um melhor momento em que a pessoa se sinta mais confortável e relaxada. É importante que esse cenário tranquilo também se aplique .
  3. Empatia e paciência: demonstrar empatia e reconhecer que a situação pode ser assustadora, de fato pode ser desafiador. Por isso, é importante reafirmar ao indivíduo que a pessoa está disponível para ajudá-lo. Além disso, é importante ter paciência diante da situação de que essa pessoa talvez não aceite ou reconheça o problema de imediato, utilizando sempre uma linguagem acessível evitando termos médicos complexos para aqueles que não possuem conhecimento prévio do assunto.  
  4. Assistência médica e especializada: muitas pessoas que sofrem com algum tipo de demência apresentam problemas de memória, sendo crucial a busca por um médico. 
  5. Rede de apoio: algumas pessoas podem não ter uma rede de apoio, por isso, aqueles que possuem disponibilidade podem se voluntariar para apoiar essa pessoa, acompanhando-a em consultas médicas e demais rotinas, por exemplo.
  6. Autonomia e respeito: alguns portadores de demência, mesmo possuindo algumas limitações, ainda assim, são capazes de realizar atividades. Por isso, é importante apoiar a autonomia  e respeito do indivíduo, pois mesmo diante de dificuldades cognitivas, ela possui sentimento, desejos e a própria personalidade.
  7. Memórias positivas: na maioria dos casos como o Alzheimer, a perda de memória ou confusão mental podem ser comuns: relembrar histórias e experiências positivas podem, dessa maneira, trazer certo conforto e ajudar a pessoa a se sentir mais segura.
  8. Autocuidado e troca de experiências: lidar com a demência de um ente querido pode ser emocionalmente desgastante, por isso, é de extrema importância que a rede de apoio também preze pela própria saúde mental e física. Conversar com outras pessoas que também estão nesse processo pode proporcionar um melhor entendimento do cenário e apoio emocional.  

A demência pode ser entendida como parte normal do envelhecimento, de acordo com 62% dos profissionais de saúde. A informação foi divulgada pela ADI em 2019 e também apontou que muitos não buscam orientações pelo preconceito com a doença.

Mesmo diante de projeções como as apresentadas, um outro estudo publicado na revista Alzheimer's & Dementia e noticiado pela USP, apontou que 48% dos casos de demência no Brasil podem ser atribuídos a 12 fatores de risco potencialmente modificáveis. As possíveis causas apresentadas no estudo foram: menor escolaridade, hipertensão arterial sistêmica, perda auditiva, obesidade, traumatismo craniano, excesso de álcool, depressão, inatividade física, diabetes, poluição do ar, tabagismo e isolamento social.

Assim como a maioria das doenças, a demência também pode ser prevenida ou em alguns casos prorrogada através de hábitos mais saudáveis que incluem rotinas físicas e motoras, exercícios mentais e alimentação equilibrada com nutrientes essenciais para um bom funcionamento do corpo e cérebro. 

Para mais informações, basta acessar: https://www.institutoneuro.com.br/ ou https://www.institutoneuro.com.br/cursos/capacitacao-alzheimer/